A Federação Única dos Petroleiros (FUP) decidiu suspender as negociações com a Petrobras sobre o reajuste salarial para pressionar a empresa a recuar na proposta de redução de jornada.

Em reunião com a categoria nesta semana, a estatal ampliou a proposta de reajuste e recuou no corte do valor pago às horas extras.

Mas manteve a oferta de redução da jornada em até 25% com corte equivalente no salário, alegando que é do interesse de "importante parcela dos empregados".

De fato, há um grupo de trabalhadores da área administrativa mobilizado em favor da medida.

Para os sindicatos, porém, a proposta é "um cheque em branco" e poderia se transformar "em uma ferramenta de gestão para assediar, punir e até mesmo demitir trabalhadores".

As negociações para o reajuste salarial dos petroleiros foram iniciadas em setembro. Desde então, a Petrobras já melhorou sua proposta duas vezes.

A última oferta é de reajuste de 6% retroativo a setembro mais 2,8% a partir de fevereiro.

Na quinta (1º), o conselho deliberativo da FUP definiu que os sindicatos filiados só levarão a proposta para assembleias caso a redução da jornada seja enviada para discussão em comissão interna que trata de regimes de trabalho.

Os sindicatos têm ameaçado iniciar uma greve desde o início das negociações, mas perderam apoio entre os trabalhadores.