• Mercado

    Sunday, 05-May-2024 23:01:19 -03

    Após dois cortes, Petrobras eleva preços da gasolina e do diesel

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    05/12/2016 19h58 - Atualizado às 22h34

    Mal o consumidor sentiu no bolso o impacto de duas reduções de preço, a Petrobras anunciou nesta segunda-feira (5) um reajuste na gasolina e do diesel.

    A decisão saiu cinco dias depois de a Opep revelar um corte na produção de petróleo, o que levou o preço do barril a disparar no mercado internacional.

    O preço da gasolina na refinaria vai subir 8,1%, informou a estatal. Já o do diesel será elevado em 9,5%.

    PREÇOS DO COMBUSTÍVEL
    Petrobras reduz gasolina e diesel
    PAULO WHITAKER/REUTERS

    A Petrobras calcula que, se o repasse às bombas for integral, o diesel poderá subir 5,5%, ou cerca de R$ 0,17 por litro, e a gasolina 3,4%, ou R$ 0,12 por litro.

    A empresa frisou, porém, que os preços dos combustíveis são livres e dependem da política comercial de distribuidoras e postos.

    No dia 14 de outubro, a gasolina caiu 2,7% na refinaria, e o diesel, 3,2%. Em 8 de novembro, os preços foram reduzidos em 3,1% e 10,4%, respectivamente.

    De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), porém, desde o primeiro corte, a gasolina nas bombas caiu apenas 0,03%. O repasse acumulado ao preço do diesel foi de 0,9%.

    Os dados da agência indicam que o segmento de distribuição de combustíveis foi quem mais segurou os preços no período.

    A Petrobras informou que os reajustes refletem a alta do preço do petróleo e a desvalorização do real.

    "Por outro lado, a participação da Petrobras no mercado interno de diesel registrou pequenos sinais de recuperação", disse a empresa, em nota.

    A nova política de preços da estatal prevê reuniões mensais de um grupo de executivos para avaliar os preços com base nas cotações internacionais, no câmbio e nas vendas da empresa no mercado interno.

    O grupo se reuniu na tarde desta segunda.

    Na semana passada, analistas ouvidos pela Folhapreviam a possibilidade de aumento em dezembro.

    "A Petrobras reafirma sua política de revisão de preços pelos menos uma vez a cada 30 dias, o que lhe dá a flexibilidade necessária para lidar com variáveis cuja volatilidade vem aumentando recentemente", concluiu a companhia petroleira.

    CARTEL

    Na quarta-feira (30), a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiu, pela primeira vez desde 2008, reduzir a oferta global de petróleo.

    O corte na oferta global é uma reação aos preços baixos do combustível no mercado internacional, que já duram dois anos.

    Países como a Arábia Saudita, integrante da Opep e altamente dependente da commodity, vêm sofrendo com a cotação menor.

    Desde o anúncio, o preço do petróleo subiu mais de 12%. Nesta segunda, o barril Brent (referência no mar do Norte) superou a barreira de US$ 55 pela primeira vez desde 2015, para fechar a US$ 55,33. O WTI, negociado em Nova York, fechou o dia cotado a US$ 51,79.

    O dólar, outro fator levado em conta pela Petrobras para calcular o preço dos combustíveis, teve valorização de cerca de 7% em novembro.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024