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    BB fecha acordo com Correios para operar Banco Postal por mais 3 anos

    TÁSSIA KASTNER
    DE SÃO PAULO

    05/12/2016 22h27

    Mateus Bruxel - 14.fev.2011/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 14-02-2011, 15h: Propaganda do Banco Postal em agência dos Correios na rua Haddock Lobo, bairro Cerqueira Cesar. O acordo entre o Bradesco e os Correios pode passar para outro banco, a partir de nova licitação. O novo banco parceiro pode utilizar a estrutura de agências dos Correios para atender seus clientes. (Foto: Mateus Bruxel/Folhapress, MERCADO) ***EXCLUSIVO FOLHA***
    Propaganda do Banco Postal em agência dos Correios na cidade de São Paulo

    O Banco do Brasil fechou um acordo com os Correios para seguir à frente do Banco Postal por até três anos, após fracasso do leilão da rede, realizado em novembro. Para isso, o banco pagará aos Correios bem menos que o valor desembolsado atualmente.

    Pelo contrato firmado, o BB pagará R$ 5 milhões fixos por mês para explorar a rede da estatal, além de um adicional por faturamento. A estimativa do BB é que o custo mensal seja de R$ 24 milhões, bem abaixo dos cerca de R$ 100 milhões mensais pagos atualmente.

    Esse valor também será muito inferior ao que a estatal esperava arrecadar na licitação. Na concorrência por 10 anos de operação do Banco Postal, que não teve interessados, os Correios pediram R$ 1,2 bilhão mais uma tarifa por transação e bônus de performance de cada agência.

    Os Correios podem romper esse contrato temporário a qualquer momento, desde que avisem o Banco do Brasil com 90 dias de antecedência. No entanto, a estatal, que atravessa uma grave crise e registra prejuízo bilionário, ainda não anunciou quando fará a nova licitação.

    Em outubro, o vice-presidente de rede de agências e varejo dos Correios, Cristiano Morbach, afirmou que o Banco Postal gerava 34% da receita dos Correios nas agências e 7% da receita total da estatal.

    O BB opera o Banco Postal desde 2011, quando venceu a disputa com outros bancos, incluindo o Bradesco, primeiro operador da rede. Na época, o banco público desembolsou R$ 2,3 bilhões, mais R$ 500 milhões pelo uso da rede de 6.000 agências dos Correios. O contrato venceu na última sexta-feira (2).

    Naquele ano, a economia brasileira crescia e havia maior espaço para "bancarizar" novos clientes que vivem em cidades sem agências. Cenário diferente do vivido hoje, em que a economia segue em recessão.

    Além disso, os grandes bancos brasileiros começam a montar estratégia mais agressiva de atendimento de clientes pela internet.

    Há duas semanas, o BB anunciou o fechamento de 781 agências de um total de 5.430. Dos pontos fechados, 379 serão convertidos em postos de atendimentos, uma versão menor e mais barata de servir ao cliente.

    A expectativa é reduzir custos e elevar a rentabilidade do banco público a um patamar semelhante a de seus pares privados. No mesmo dia, o banco também anunciou um plano de aposentadoria incentivada. Até a última semana, 7.760 funcionários já haviam aderido ao programa. A direção do banco espera que esse número chegue a 10 mil.

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