• Mercado

    Wednesday, 01-May-2024 23:04:06 -03

    Dólar cai a R$ 3,38 com menor tensão política, mas Bolsa recua 1,2%

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    08/12/2016 18h24

    O real foi uma das poucas moedas, entre as principais, a ter valorização ante o dólar nesta quinta-feira (8). Segundo analistas, a diminuição da tensão no cenário político, após a permanência de Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado, influenciou o câmbio doméstico.

    A Bolsa recuou 1,20%, na contramão do exterior, com investidores vendendo ações e embolsando lucros após as altas recentes.

    A moeda americana à vista terminou a sessão em baixa de 0,81%, a R$ 3,3839; o dólar comercial caiu 0,61%, a R$ 3,3830.

    Pela manhã, o Banco Central renovou mais 15 mil contratos de swap cambial tradicional que vencem em janeiro, no montante de US$ 750 milhões. A operação equivale à venda futura de dólares.

    Para Ricardo Gomes da Silva, superintendente de câmbio da Correparti Corretora, prevaleceu o bom humor com a certeza de que, com a permanência de Renan, a PEC (proposta de emenda constitucional) que limita os gastos públicos será aprovada em segundo turno pelo Senado na semana que vem.

    Nesta quarta-feira (8), o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, por 6 votos a 3, manter o peemedebista na presidência do Senado, mas o tirou a linha sucessória da Presidência da República por ser réu em um processo. Caso Renan fosse afastado, havia o temor de que a PEC não fosse votada, embora a maior parte do mercado já apostasse numa solução para o impasse.

    "A decisão do STF trouxe um pouco de sossego, mas os investidores estrangeiros estão na retaguarda, já que as vendas de dólares estão sendo feitas apenas por exportadores", afirma o superintendente de câmbio.

    Segundo ele, a decisão do Supremo de manter Renan no cargo foi essencialmente política, e não técnica, o que traz insegurança jurídica para os investidores estrangeiros.

    No mercado de juros futuros, as taxas recuaram, refletindo a queda do dólar e o ambiente de menor aversão ao risco.

    BOLSA

    Na Europa e nos EUA, as Bolsas subiram, reagindo à extensão do programa de estímulos monetários do BCE (Banco Central Europeu) até dezembro de 2017. O programa terminaria inicialmente em março.

    Entretanto, o BCE reduziu as recompras de ativos a partir de abril para € 60 bilhões mensais, de € 80 bilhões atualmente.

    A autoridade monetária informou ainda que pode aumentar o tamanho ou a duração de seu programa de estímulos monetários, "se necessário".

    O Ibovespa foi na contramão do exterior e encerrou a sessão em queda de 1,20%, aos 60.676,57 pontos, depois de subir nas duas sessões anteriores. O giro financeiro foi de R$ 6,5 bilhões.

    "Após a solução do impasse entre os Poderes [Legislativo e Judiciário], vemos menos 'gatilhos' positivos neste momento, e um volume de negócios mais fraco, já típico de um final de ano", escreve a equipe de análise da Guide Investimentos.

    As ações preferenciais da Petrobras caíram 1,00%, mas as ordinárias subiram 0,21%. Os papéis da Vale recuaram 3,98% (PNA) e 2,90% (ON).

    No setor financeiro, Itaú Unibanco PN perdeu 0,58%; Bradesco PN, -1,04%; Bradesco ON, +0,65%; Banco do Brasil ON, -0,74%; Santander unit, +0,14%; e BM&FBovespa ON, -0,67%.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024