• Mercado

    Friday, 03-May-2024 11:16:46 -03

    Inflação avança 0,18% em novembro, menor alta para o mês desde 1998

    LUCAS VETTORAZZO
    DO RIO

    09/12/2016 09h22 - Atualizado às 10h39

    A inflação oficial do país avançou 0,18% em novembro, desacelerando em relação a outubro, divulgou o IBGE na manhã desta sexta-feira (9). Foi a menor alta para meses de novembro desde 1998.

    O indicador havia registrado alta de 0,26% em outubro. Em setembro, a ligeira alta de 0,08% chegou a gerar expectativas de que a inflação dava início ali a um movimento de melhora, que, no entanto, não se concretizou no mês seguinte.

    O dado veio abaixo do centro de expectativas de analistas ouvidos pela agência internacional Bloomberg, que estimavam avanço de 0,27% da inflação em novembro e de 7,08% em 12 meses.

    A taxa também foi a segunda mais baixa do ano, que começou com inflação alta, de 1,27% em janeiro, e veio desacelerando.

    Os meses que tiveram os menores indicadores, contudo, apresentaram fortes altas logo nos meses seguintes.

    Inflação - Variação do IPCA, em %

    Os alimentos e bebidas, que tiveram queda de 0,20% e completaram o segundo mês seguido de deflação, foram responsáveis pela taxa geral mais baixa.

    Desta vez, os vilões da inflação foram os itens que compõem o grupo de saúde e cuidados pessoais, que tiveram alta de 0,57%. O item saúde sofreu impacto da alta de 1, 07% dos planos de saúde.

    As despesas de casa também ficaram mais caras. O item habitação teve alta de 0,30%, com destaque para energia elétrica, que subiu 0,43%, devido à mudança do regime das bandeiras tarifárias.

    O item que individualmente teve a maior alta no indicador foram as multas, com aumento de 47,82% em novembro.

    A alta ocorre em reflexo a alteração do Código de Trânsito do país, ocorrido em 1º de novembro, que elevou o valor das penalidades por infrações ao volante.

    ALIMENTOS

    Na ponta oposta, o item alimentação e bebidas deu alívio ao bolso do consumidor, tendo registrado queda de 0,20%.

    Os alimentos passaram quase todo o ano em trajetória de alta e foram os principais responsáveis para a inflação não baixar a despeito da recessão.

    O item começou a ceder em outubro, período de entressafra de alguns produtos e escoamento de produção agrícola.

    Secas nas regiões Norte e Nordeste e chuvas em abundância no Sul prejudicaram lavouras e pastagens, levando ao aumento de preços de itens importantes da cesta de compras do brasileiro.

    O feijão carioca, em novembro, teve queda de preço da ordem de 17,52%. Apesar da forte queda, não foi suficiente para reverter a alta acumulada no ano, de 69,77%.

    Inflação - Por grupos, em %

    O leite longa vida teve queda de 7,03%. Ele tem peso importante na cesta do brasileiro e sua queda foi a que mais contribuiu para a deflação dos alimentos.

    O recuo em novembro, no entanto, não foi suficiente para reverter a alta acumulada no ano de 16,83%.

    Batata inglesa (-8,29%) e tomate (-15,15%) completam as maiores quedas.

    PASSAGENS

    O segmento de transportes teve alta de 0,28%, mas registrou quedas importantes em produtos específicos.

    As duas reduções de preços nos combustíveis anunciadas pela Petrobras, em outubro e novembro, contribuíram para queda de 0,43% da gasolina.

    As passagens aéreas, que chegaram a ter alta de 10% em outubro, ficaram 2,29% mais baratas em novembro.

    No ano, a queda acumulada das passagens é de 24,69%, reflexo da redução da demanda, que pressiona as companhias aéreas a praticarem preços mais baixos para manter os clientes.

    Inflação nas regiões - Em %

    COMPARAÇÃO ANUAL

    O dado de novembro veio bem abaixo dos 1,01% registrados em igual período do ano passado.

    No acumulado deste ano, a inflação está em 5,97%, acima, portanto, do centro da meta de 4,5% do governo federal.

    Nos 12 meses encerrados em novembro, a inflação avançou 6,99%.

    Embora o dado tenha vindo acima do teto da meta, de 6,5%, ele foi menor do que o registrado em outubro, quando o acumulado em 12 meses havia ficado em 7,87%.

    A análise mês a mês do indicador mostra trajetória decrescente desde agosto, quando esteve em 8,97%.

    Em janeiro deste ano, o indicador chegou a registrar 10,71%. Os dados vinham em queda até agosto, quando registraram alta, para voltar a cair nos meses seguintes.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024