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    Dólar acumula queda de 2,8% na semana com menor percepção de risco

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    09/12/2016 18h55

    O dólar manteve a trajetória de queda ante o real nesta semana, na contramão do exterior, com a diminuição da tensão política.

    A moeda americana à vista, referência no mercado financeiro, acumulou queda de 2,82% na semana. É a maior baixa semanal desde julho. Nesta sexta-feira (9), após uma sessão volátil, o dólar à vista caiu 0,45%, a R$ 3,3688.

    Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, recuou 2,88% na semana. Neste pregão, caiu 0,29%. a R$ 3,3730.

    Segundo operadores, coloborou para a valorização do real a diminuição da tensão no cenário político, após o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) ter sido mantido no cargo pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

    "Na visão do mercado, com a permanência de Renan, será assegurada a aprovação da PEC dos gastos públicos e, mais à frente, da reforma da Previdência", afirma Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H.Commcor. "Por isso o viés otimista no câmbio."

    A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que l limita os gastos públicos deverá ser votada na próxima terça-feira (13) pelo Senado.

    Segundo Alessie, a expectativa de que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) feche um acordo neste fim de semana com países que não fazem parte do cartel para cortar a produção de petróleo também beneficia o real.

    Pela manhã, o Banco Central renovou mais 15 mil contratos de swap cambial tradicional que vencem em janeiro, no montante de US$ 750 milhões. A operação equivale à venda futura de dólares.

    JUROS

    Os juros futuros de curto prazo terminaram em baixa, refletindo a queda do dólar e o reforço das apostas de um corte maior da taxa básica de juros (Selic) em janeiro, após a inflação oficial (IPCA) de novembro ter ficado abaixo do esperado. O IPCA avançou 0,18% ante outubro, ante expectativas de 0,27%.

    Alguns analistas já falam na possibilidade de um corte de 0,75 ponto percentual da Selic, ante expectativas de redução de 0,50 ponto até então.

    O presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse nesta sexta-feira que a inflação tem surpreendido favoravelmente, "com movimento mais dissipado do que apenas a reversão de preços de alimentos", e que "a política monetária tem sido efetiva", conforme informações da agência Reuters.

    No entanto, os contratos de juros de longo prazo avançaram, devolvendo parte da forte queda da véspera.

    BOLSA

    O Ibovespa também operou com volatilidade durante o pregão desta sexta-feira. O principal índice da Bolsa encerrou a sessão em baixa de 0,29%, aos 60.500,62 pontos, mas na semana acumulou alta de 0,31%. O giro financeiro foi de R$ 7,6 bilhões.

    As ações da Petrobras caíram 0,76% (PN) e 0,92% (ON). Os papéis da Vale recuaram 0,67% (PNA) e 1,72% (ON).

    No setor financeiro, Itaú Unibanco PN subiu 0,29%; Bradesco PN, +1,33%; Bradesco ON, +1,07%; Banco do Brasil ON, +0,89%; Santander unit, -0,11%; e BM&FBovespa ON, -2,41%.

    As ações preferenciais do Pão de Açúcar subiram 5,01%, liderando os ganhos da Bolsa. Gerdau PN teve a maior queda, de 5,23%.

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