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    PMs recebem flores em protesto e demonstram apoio a servidores no Rio

    LUCAS VETTORAZZO
    DO RIO

    12/12/2016 12h04 - Atualizado às 15h50

    O governo do Estado do Rio montou um forte esquema de segurança para a manifestação de servidores marcada para esta segunda-feira (12).

    Os manifestantes se concentram, ainda em pequeno número, em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio). No início do protesto, manifestantes distribuíram flores aos policiais. Os PMs, de capacete e roupa reforçada, mantiveram as flores em sinal de apoio ao movimento. Alguns chegaram a colocar as flores no coldre das armas que carregam.

    A PM montou barreiras de homens nas ruas de acesso à Alerj e faz revistas em todos os que passam. Os homens fazem um perímetro e cercam todos os lados da manifestação.

    A equipe de reportagem da Folha teve a mochila revistada na barreira policial da rua São José, assim como outros jornalistas identificados com crachá de imprensa.

    Veículos e policiais do Batalhão de Choque da PM estão posicionados em ruas laterais do centro.

    Muitos servidores ainda não conseguiram se aproximar do prédio da Assembleia Legislativa.

    Em frente à Assembleia há um grupo de policiais do Batalhão de Grandes Eventos. Eles estão equipados com capacetes e coletes reforçados anti-motim.

    A Alerj permanece, desde o mês passado, cercada por grades de ferro. Os deputados cancelaram as votações do dia, transferidas para a próxima quarta-feira (14).

    Às 11h30, manifestantes comemoraram a chegada do caminhão de som. O cordão policial postado na avenida presidente Antônio Carlos, que dá acesso à Alerj, abriu para a passagem do caminhão.

    O clima é de tensão com o grande efetivo de segurança, já que, na segunda-feira passada, policiais e manifestantes entraram em confronto por cerca de seis horas ininterruptas.

    O movimento dos servidores tem integrantes das Polícias Civil e Militar, bombeiros, agentes penitenciários, funcionários da Justiça, educação, saúde e cultura.

    Às 13h45, os servidores que estavam reunidos em frente à Alerj decidiram sair em marcha pelo centro da cidade.

    Eles tomaram a rua da Assembleia, ocuparam a avenida Rio Branco, a principal do centro, e retornaram para a frente da Alerj pela avenida Nilo Peçanha.

    No caminho, convocaram populares a se juntar à manifestação. Os servidores marcharam aos gritos de "fora Pezão". As barreiras policiais abriram passagem para os manifestantes passarem.

    Praticamente todos os servidores do protesto aderiram à marcha, que reúne centenas de pessoas. Há o desejo de caminhar até a avenida Presidente Vargas, a principal via de ligação entre o centro e a zona norte. Às 14h, os manifestantes ainda não tinham passado pela Alerj e nenhum conflito havia sido registrado.

    Os manifestantes gritavam "vem" para as pessoas que acompanhavam a distância o ato.

    A passeata passou por vias importantes do centro, como as avenidas Presidente Vargas e Rio Branco, e pelo aeroporto Santos Dumont.

    Em frente às sedes do Ministério Público Estadual e do Tribunal de Justiça, os manifestantes fizeram coro de "vendido" e "vergonha".

    Até às 15h45, não houve confrontos. Ao fim da passeata, os manifestantes se reuniram em frente à Alerj novamente. Um novo ato foi convocado para esta terça (13h), quando os deputados retomam as votações do pacote.

    DELEGACIAS

    As delegacias do Estado amanheceram nesta segunda com funcionamento reduzido.

    Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Francisco Chao, a mobilização ocorrerá até as 20h desta segunda.

    Estão sendo atendidos somente casos com prisão em flagrante, homicídio, crimes com grave ameaça e remoção de corpos.

    Segundo Chao, representante de sindicatos da forças de segurança se reuniram com a cúpulas da PM, Polícia Civil, secretaria de segurança pública se reuniram nesta segunda.

    O objetivo era encontrar soluções ao pacote proposto pelo governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB).

    Os servidores se opõem aos projetos que aumenta a contribuição previdenciária de 11% para 14%. A segunda maior crítica é com relação ao projeto que congela aumentos acordados em 2014. Os reajustes foram acordados para serem pagos em parcelas anuais. Os de 2014 e 2015 foram pagos e o governo quer suspender os pagamentos e retornar só em 2020.

    "Não é aumento, é um direito conquistado há dois anos. A cúpula da segurança sugeriu projetos que atendem somente a segurança e não aceitamos porque não consultamos a nossa base ainda. Há uma grande desconfiança com as propostas que vêm de cima", disse Chao, que participa do protesto em frente à Alerj.

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