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    Para esvaziar protestos, Rio busca acerto com servidores da segurança

    LUCAS VETTORAZZO
    NICOLA PAMPLONA
    DE DO RIO

    13/12/2016 02h00

    O governo do Estado do Rio tenta sair da crise fiscal com soluções em duas frentes: esvaziar as manifestações quase diárias de servidores e buscar com o governo federal uma solução para o desequilíbrio de suas contas.

    Na manhã desta segunda-feira (12), pouco antes de mais uma manifestação de servidores no centro, diretores de sindicatos se reuniram com a cúpula da segurança pública no governo.

    A ideia era que a cúpula da segurança desse uma mostra de que está empenhada em resolver a situação dos servidores do setor.

    Policiais militares e civis, agentes penitenciários e bombeiros que participam dos protestos de rua criticam, entre outras propostas, a que congela até 2020 o reajuste salarial acertado em 2014.

    Em 2014, servidores da segurança acertaram com o governo reajuste nos salários que seria parcelado em cinco vezes. As parcelas de 2014 e 2015 foram pagas. O pacote de ajuste fiscal apresentado pelo governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), congelava o pagamento das demais parcelas até 2020.

    A proposta que está sendo debatida nos bastidores é o pagamento das parcelas, ainda que com atraso, a partir de novembro de 2017. Ou seja, haveria atraso, mas o reajuste seria dado mesmo assim.

    Segundo a Folha apurou, contemplar os servidores da segurança seria uma forma de esvaziar os protestos de rua na cidade.

    A principal característica do movimento unificado dos servidores é a forte presença de policiais, bombeiros e agentes penitenciários entre os manifestantes. Servidores prometem manifestações nesta terça (13) e na quarta (14).

    Francisco Chao, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Rio, afirma não acreditar em esvaziamento do movimento. "Temos um objetivo muito maior, que é encontrar uma saída para a crise para todos os servidores e aposentados e responsabilizar maus gestores e políticos corruptos por essa situação."

    GOVERNO FEDERAL

    Pezão se reuniu nesta segunda com o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), para discutir saídas para a crise. A reunião teve a participação, via videoconferência, de José Ivo Sartori (PMDB), governador gaúcho. Os três Estados decretaram calamidade financeira devido à crise fiscal.

    Os governadores terão reunião com o presidente Michel Temer na quarta para pedir ajuda para a crise.

    Segundo Pezão, os governadores discutirão a possibilidade de ser apresentada ao Legislativo, no início de 2017, a proposta de recuperação judicial dos Estados, uma espécie de lei semelhante a que é adotada para as empresas. A medida teria como objetivo permitir renegociação de dívidas dos Estados com credores. Os governadores não chegaram a detalhar a proposta.

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