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    Indústria espera que PIB cresça 0,5% em 2017, metade do previsto pelo governo

    MAELI PRADO
    DE BRASÍLIA

    13/12/2016 12h09

    A CNI (Confederação Nacional da Indústria) informou nesta terça (13) que espera que o país crescerá somente 0,5% em 2017, a metade do esperado pelo governo, que projeta uma alta de 1%, e mais pessimista até que a média dos analistas do mercado financeiro, que preveem uma alta de 0,7%, segundo boletim do Banco Central.

    De acordo com cálculo divulgado pela entidade, a expectativa é que a economia brasileira se recupere somente no segundo semestre do ano que vem, e não no início do ano, como espera a equipe econômica.

    "Hoje os economistas são mais otimistas que os empresários", afirmou o presidente da entidade, Robson Andrade. "Se fizermos concessões de infraestrutura somente em março ou abril, só vai dar resultado sobre a economia em 2018", avaliou.

    Sobre o pacote de medidas microeconômicas para estimular a atividade, que o governo pretende lançar até o final do ano, ele declarou que devem ajudar somente a estabilizar a economia. "Vamos estabilizar mais com o pacote, mas não crescer mais. As fábricas estão com muita ociosidade", analisou.

    A CNI espera que a indústria tenha uma expansão de 1,3% e que os investimentos cresçam 2,3% no ano que vem, em meio a um cenário de desemprego e de baixo consumo. Em 2016, a estimativa da entidade é que o PIB recue 3,6% e que a atividade econômica da indústria caia 3,9%.
    Este ano será o terceiro ano consecutivo em que o PIB da indústria apresenta queda, afirmou a entidade. Ao longo desses três anos, a queda é de 11,3%.

    "ABSURDO"

    Questionado sobre uma possível renúncia do presidente da República, Michel Temer, por causa das delações da Odebrecht, ele afirmou que isso seria "um absurdo". "Seria um absurdo falar em renúncia do Temer. Isso é coisa de uma oposição desestruturada que não pensa no Brasil, pensa apenas em si própria", disse. "O presidente vai terminar seu mandato", completou.

    Ele declarou que ainda que a Lava Jato tem que funcionar. "Tem que cumprir seu papel, acho que temos que apoiar e deixar que cumpra seu papel. Agora, as pessoas que estiverem sendo citadas têm que ter o direito de se defender", disse.

    Ainda sobre o impacto que as delações podem ter sobre a economia, ele declarou que é preciso ter cautela.

    "Você vê essas delações e não sabe se são verdadeiras, se não são verdadeiras", declarou.

    Andrade defendeu ainda mudanças na legislação trabalhista como forma de atrair mais investimentos ao Brasil. "A legislação trabalhista é arcaica. É claro que a Justiça tem interpretações diferentes, mas nesse caso são muito diferentes, muito variadas. Isso deixa o empreendedor com o pé atrás".

    Ele defendeu as reformas da Previdência e a PEC do Teto, que será votada nesta terça-feira (13) no Senado. "Esse ajuste é fundamental, mas só esse ajuste não tem ajudado o setor produtivo a melhorar o investimento", ponderou.

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