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    Dólar cai a R$ 3,32 com aprovação de PEC e ação do BC; Bolsa tem leve alta

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    13/12/2016 18h45

    O dólar caiu ante o real pela sétima sessão seguida e atingiu a menor cotação em pouco mais de um mês, apesar da tensão no cenário político com o vazamento de delações premiadas da Odebrecht.

    O foco dos investidores nesta terça-feira (13) foi a votação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que limita os gastos públicos, em segundo turno no Senado. A medida acabou sendo aprovada por um placar mais apertado (53 votos a favor e 16 contra) do que na primeira votação (61 a 14).

    O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 0,59%, a R$ 3,3270, menor cotação desde 9 de novembro deste ano (R$ 3,2110). A moeda americana à vista caiu 0,64%, a R$ 3,3280, também o valor mais baixo desde 9 de novembro (R$ 3,2026).

    Segundo o gerente de câmbio da corretora Fair, Mário Battistel, a aprovação da chamada PEC do Teto contribuiu para a valorização do real nesta sessão, embora já fosse esperada e o placar tenha sido menor. A PEC é um dos principais pontos do ajuste fiscal proposto pelo governo Temer. "Outro fator são as atuações do Banco Central no câmbio, que têm surtido efeito", afirma.

    O BC realizou nesta terça-feira a rolagem de linha de crédito até US$ 4,2 bilhões que vence em janeiro com compromisso de recompra, com o objetivo de dar liquidez ao mercado.

    No exterior, o dólar teve comportamento misto frente às principais moedas. Nesta quarta-feira (14), o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), anuncia o novo patamar dos juros no país, e há consenso no mercado de que as taxas subirão.

    O mercado de juros futuros iniciou a sessão em queda, inverteu o sinal e terminou em alta, refletindo as incertezas políticas no cenário doméstico. O CDS (credit default swap) de cinco anos brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, subia 0,26%, aos 291,819 pontos.

    BOLSA

    O Ibovespa chegou a subir mais de 1% neste pregão, mas perdeu forças e ficou volátil após a aprovação da PEC do Teto. O principal índice da Bolsa fechou em alta de 0,17%, aos 59.280,57 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,6 bilhões.

    Para Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor, alguns investidores aguardaram a aprovação da PEC no Senado para vender ações. O placar mais apertado, diz, também pode ter influenciado as vendas. "O placar menor sinaliza que o governo vai ter que reorganizar a base aliada para a votação da Reforma da Previdência", opina.

    Os papéis da Vale perderam 4,11% (PNA) e 3,93% (ON), entre as maiores quedas do índice. O ranking de baixas foi liderado por ações PN da Bradespar, acionista da mineradora, com -4,88%.

    As ações da Petrobras caíram 0,96% (PN) e 0,65% ON.

    No setor financeiro, Itaú Unibanco PN ganhou 0,46%; Bradesco PN, +0,39%; Bradesco ON, +0,32%; Banco do Brasil ON, +0,89%; Santander unit, -0,53%; e BM&FBovespa ON, +1,61%.

    As altas do Ibovespa foram lideradas pelas ações ON das empresas de educação Kroton e Estácio, com ganhos de 5,64% e 4,39%, respectivamente. O motivo foi que o governo prorrogou o prazo para a renovação de contratos do Fies, o programa de financiamento estudantil.

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