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    BC pode olhar efeitos da nova política de preços da Petrobras, diz diretor

    DA REUTERS

    14/12/2016 10h15 - Atualizado às 11h12

    O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Viana, afirmou nesta quarta-feira (14) que a nova política de preços de combustíveis da Petrobras é positiva para a economia brasileira e "parece" que a visão de observar apenas os efeitos secundários dessas mudanças será uma saída.

    "Aquela ideia de um núcleo, de querer olhar apenas para efeitos secundários dessas mudanças, parece que estamos entrando num ambiente com essas características", afirmou o diretor durante evento em São Paulo.

    "Mas obviamente ainda é recente essa mudança e ainda é preciso acumular um pouco mais de evidências para poder ter uma conclusão mais confiável", acrescentou.

    Segundo ele, é preciso entender mais a dinâmica da economia e da inflação diante da nova política de preços da Petrobras.

    "Se você espera que os aumentos e as reduções tenham um componente temporário, não necessariamente vai ficar reajustando os preços", defendeu ele. "Então parece que talvez estejamos caminhando para uma situação em que esse setor passe a se comportar como em outras economias, onde os preços dos combustíveis já flutua com mais frequência, mais natural".

    A Petrobras anunciou em 14 de outubro sua nova política de preços de combustíveis, atendendo a uma reivindicação de mais transparência de investidores, e apontou parâmetros que serão levados em conta nas avaliações da companhia, que deverá considerar eventual ajuste de preços pelo menos uma vez por mês.

    De lá para cá, já anunciou duas reduções de preços e uma elevação.

    Viana também reforçou a mensagem já dada recentemente pelo presidente do BC, Ilan Goldfajn, de que as condições de expectativas de inflação sugerem que há mais espaço para flexibilização monetária e que as reformas fiscais são importantes para o Copom (Comitê de Política Monetária).

    Segundo o diretor, a ancoragem das expectativas da inflação permitiu flexibilização monetária e levar em consideração o nível de atividade.

    O BC já deu início ao processo de afrouxamento monetário em meio à forte recessão enfrentada pela economia brasileira. Nas duas últimas reuniões do Copom, reduziu a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual em cada uma, levando a Selic para 13,75% ao ano.

    Agora, o mercado acredita que o BC vai acelerar o passo e reduzir a Selic em 0,5 ponto em janeiro.

    Segundo Viana, a leitura é que haverá movimento mais disseminado de desinflação no Brasil e que a retomada da economia será mais demorada e gradual do que se antecipava.

    Sobre o cenário externo, o diretor afirmou que a possível mudança na política econômica dos Estados Unidos, após a eleição de Donald Trump para presidente do país, deve refletir na política do Federal Reserve, banco central norte-americano.

    O Fed anuncia no final desta tarde o resultado da sua reunião de política monetária, com amplas expectativas de que elevará os juros pela primeira vez em um ano. O comunicado da decisão será importante porque poderá ter sinais sobre os próximos movimentos, diante de temores de que a política econômica de Trump possa ser inflacionária e pressionar o Fed a elevar mais os juros.

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