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    BC dos EUA projeta 3 altas de juros em 2017; Bolsa cai 1,8% e dólar sobe

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    14/12/2016 19h13

    Win McNamee/Getty Images/AFP
    A presidente do Fed, Janet Yellen: "a alta dos juros hoje é um voto de confiança na economia"

    A nova projeção do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) de três altas dos juros americanos em 2017, ante previsão anterior de dois aumentos, surpreendeu o mercado. As Bolsas mundiais recuaram e o dólar se fortaleceu.

    No Brasil, o dólar comercial terminou a sessão em alta de 0,21%, a R$ 3,3340, antes da decisão do Fed. O Ibovespa ampliou a queda, fechando em baixa de 1,80%, aos 58.212,12 pontos. O giro financeiro foi de R$ 31,3 bilhões, engordado pelo vencimento de opções sobre índice e de índice futuro.

    Em Nova York, o índice acionário S&P 500 perdeu 0,91%, e o Dow Jones recuou 0,60%. O índice de tecnologia Nasdaq caiu 0,50%. As Bolsas europeias também ficaram no terreno negativo, à espera do Fed.

    Pela primeira vez desde dezembro de 2015 e conforme amplamente esperado, o Fed elevou os os juros americanos nesta quarta-feira (14) em 0,25 ponto percentual, para uma faixa entre 0,50% e 0,75%. O que provocou maior reação dos mercados foi a revisão para cima das estimativas do Fed para a economia americana nos próximos anos.

    A presidente do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA), Janet Yellen, afirmou que o "sólido progresso" da economia americana garantiu a elevação dos juros nesta quarta-feira. "Nossa decisão de aumentar os juros é um voto de confiança na economia."

    Segundo ela, a economia tem se aquecido desde meados do ano; o desemprego tem caído e a inflação tem se movido em direção à meta de 2% ao ano.

    Entretanto, Yellen reiterou que "somente altas graduais" são esperadas nos próximos anos.

    O que é FED

    TRUMP

    "O Fed elevou as projeções para crescimento da economia, e isso deve manter a tendência de valorização do dólar por mais tempo", afirma Ignacio Crespo, economista da Guide Investimentos.

    Segundo Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos, Yellen deixou claro que a projeção de três altas dos juros de 0,25 ponto percentual no ano que vem embute um cenário de aquecimento da economia sob o governo de Donald Trump. O republicano assume a presidência dos EUA em janeiro.

    "O Fed conta com a possibilidade de Trump mudar a política fiscal, reduzindo impostos e aumentando gastos para estimular a economia", afirma Suzaki.

    O analista lembra ainda que a valorização do dólar também tem impacto direto sobre os preços das commodities, que tendem a se desvalorizar, prejudicando mercados emergentes, como o Brasil.

    Sob o impacto do Fed, os preços do petróleo no mercado internacional passaram a cair mais de 3%.

    As ações da Petrobras caíram 4,59% (PN) e 3,51% (ON).

    No mercado doméstico de juros futuros de curto prazo, no entanto, terminou em baixa, ainda na expectativa de aceleração no corte da taxa básica de juros (Selic) com a atividade econômica fraca. Os contratos mais longos encerraram próximos à estabilidade.

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