O FI-FGTS, fundo bilionário que investe em infraestrutura com recursos do trabalhador, passará a selecionar os projetos que receberão financiamentos por meio de chamamento público.

A decisão foi tomada nesta quarta-feira (14) pelo Comitê de Investimentos do FI-FGTS. As regras serão publicadas em um edital na última semana de janeiro de 2017 e os interessados terão 45 dias para inscrever seus projetos.

Como a Folha antecipou, o fundo não vai mais investir em participação nas empresas ou projetos. Os recursos só serão liberados como financiamentos (dívida) em um limite máximo de 50% do valor necessário para cada projeto.

Hoje, o FI-FGTS tem R$ 12 bilhões livres para investimentos e o governo espera que ele sirva para financiar boa parte dos projetos enquadrados dentro do PPI (Programa de Parcerias em Investimentos).

O edital para a seleção prévia trará uma inovação. Além de impor exigências mínimas aos candidatos, como estar em dia com as obrigações trabalhistas e fiscais, haverá uma nota de zero a cinco para cada um dos diversos parâmetros de avaliação.

Dentre eles estão o setor de atuação das empresas, o volume de recursos solicitado ao fundo, a geração de empregos, e a emissão de debêntures no mercado.

Como a diretriz dada ao FI-FGTS é ampliar os investimentos em saneamento, as propostas desse setor sairão na frente com uma pontuação mais alta nesse quesito.

Como a exposição do fundo ao setor de energia é elevada, os projetos dessa área terão nota mínima nesse quesito.

Essa lógica também vale para quem solicitar menos recursos ao fundo. Como o limite é de 50%, quem encaminhar propostas exigindo menos do fundo ganhará nota mais alta. Assim, espera-se estimular a participação de empreendedores com capital próprio.

No final, depois da média de todos os quesitos, os candidatos serão classificados de acordo com suas notas e os mais bem colocados serão selecionados para a avaliação dos comitês de análise do fundo e, por fim, do conselho curador do FGTS.

Antes, a seleção prévia era feita pela equipe da própria Caixa, gestora do FI-FGTS, que fazia uma análise prévia de viabilidade.