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    Guia da Micro, Pequena e Média Empresas (MPME)

    Serviços com baixo investimento são apostas para 2017

    REINALDO CHAVES
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    18/12/2016 02h00

    O segmento de franquias conseguiu crescer neste ano e vai fechar 2016 com alta no faturamento entre 7% e 8%, segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising).

    Para alcançar esses números num ano com previsão de queda de 3,5% no PIB, houve corte de custos e adaptação dos modelos de negócio.

    Despontam como tendência em 2017 as microfranquias, que precisam de baixo investimento inicial. Também continuam em alta áreas que tradicionalmente vão bem, como serviços e alimentação.

    Estes últimos são os dois maiores ramos de franquias, segundo a ABF. É nessa área que atua o empresário Antônio Lopes, 63, dono de uma loja de conveniência Am/Pm na zona sul São Paulo.

    "Chego a atender 1.100 clientes por dia, e apenas 25% são pessoas que vão abastecer. A maioria vem em busca de café ou almoço", afirma.

    Com 33 funcionários, ele observou queda no faturamento durante o ano e decidiu investir. "Fiz uma reforma para aumentar a loja e instalei luzes de led, captação de água da chuva e luminária, o que aumentou a eficiência."

    Para o sócio da consultoria ba}Stockler, Luis Henrique Stockler, as franquias de alimentação saudável, de delivery de refeições mais baratas, de manutenção de carros e de serviços para residências continuarão fortes.

    "São propostas que ajudam o consumidor a reduzir despesas ou que representam novas tendências", diz ele.

    Mesmo áreas com maior demanda tiveram que se readequar para sobreviver. "O dinheiro dos brasileiros acaba no dia 20. O modo de consumir está cada vez mais baseado na comparação, e os franqueados precisam ter dinheiro para investir em mudanças", diz Stockler.

    Segundo ele, há franquias que realizam um "saneamento" dos franqueados e estão mais criteriosas com contratos, exigindo gestão controlada e renovação de equipes.

    O que vem por aí - Conheça setores de franquias promissoras para 2017

    E caso... -... os especialistas também apontam alguns setores promissores, caso a crise não se agrave. São setores muito dependentes de crédito e afetados nos últimos dois anos, mas têm espaço para crescer

    ESTABILIDADE

    Altino Cristofoletti, que assumirá a presidência da ABF em janeiro, afirma que o negócio de franquias é mais estável porque as redes compram mercadorias em grande quantidade para repassar a seus franqueados e isso acaba barateando o preço final.

    "Outro fator competitivo é que as franquias têm o fundo de marketing. Com isso a marca fica mais em evidência", afirma o executivo.

    Esses fatores levam as franquias a falir menos, diz o consultor Rizzo. "A taxa de mortalidade no primeiro ano é de 26% nos negócios do varejo, 23% nos pequenos negócios e 3% nas franquias", diz, citando pesquisa feita por sua consultoria com parceiros.

    Cristofoletti, da ABF, pondera que franquias mais dependentes de crédito, como construção civil, imobiliárias e comércio de veículos, foram as que mais enfrentaram dificuldades neste ano.

    "Mas as empresas que procuraram rever processos, melhorar produtividade, diminuir perdas e usar melhor o fundo de marketing conseguiram mais estabilidade. Se não cresceram, pelo menos se mantiveram viáveis."

    Para o consultor Rizzo, a tendência para o ano que vem é de alta em nichos de baixo custo, como microfranquias.

    "O setor de negócios e serviços, especialmente as franquias de menor investimento, deverão apresentar o maior crescimento em 2017", diz. Mas Rizzo alerta que essas redes são menos profissionais e têm suporte (verba para marketing e assistência) mais limitado ao franqueado.

    Para Isa Silveira, da Avance Franchising, alguns setores menos concorridos podem surpreender em 2017.

    "Nos dois últimos anos, assistimos ao crescimento de setores menos tradicionais em franchising, como o de saúde, tecnologia e comunicação", afirma.

    *

    7,9%
    foi o crescimento da receita do setor de franquias nos nove primeiros meses do ano

    R$ 38,8 bi
    foi o faturamento total do segmento no país no 3º trimestre de 2016

    143.540
    é o número de unidades franqueadas no Brasil

    20%
    foi a alta no ramo de franquias de serviços automotivos no 3º tri, o que mais cresceu

    Fonte: ABF (Associação Brasileira de Franchising)

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