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    Presidente da Alerj devolve projeto do pacote anticrise e diz que 'falta governo' no Rio

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    19/12/2016 15h14 - Atualizado às 11h41
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    O presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), Jorge Picciani (PMDB), voltou a criticar nesta segunda (19) o governador Luiz Fernando Pezão, mas disse que não vê chances de impeachment no Estado, que enfrenta grave crise financeira.

    Ele concedeu entrevista nesta segunda para comentar a suspensão das votações do pacote anticrise proposto por Pezão por falta de acordo com o governo.

    "Falta governo, não tem nenhum coordenação no governo. Se não fizer reformas estruturais, não resolve (a crise)", afirmou o deputado, que é da base aliada do governo, mas vem se distanciando de Pezão.

    A Alerj adiou para 2017 a principal medida do pacote, que amplia a contribuição previdenciária dos servidores para 14% e devolveu projeto que adia para 2020 os reajuste de salários da área de segurança pública, prometido por Pezão antes das eleições de 2014.

    No primeiro caso, disse ele, o adiamento tem por objetivo esperar a aprovação no Congresso do programa de recuperação fiscal do Ministério da Fazenda.

    Já a devolução do projeto dos reajustes deve-se à falta de acordo entre governo e servidores. Na semana passada, as secretarias de Fazenda e Segurança chegaram a propor uma alternativa à proposta de Pezão, antecipando os reajustes, mas o governo não garantiu os pagamentos.

    "Sem entendimento com sindicatos e sem comprometimento do governo, não havia nenhuma possibilidade de acordo no colégio de líderes", explicou.

    Com a rejeição da proposta, o governo terá que considerar, já na folha de janeiro, uma primeira parcela do reajuste, que custará cerca de R$ 120 milhões. Em 2017, o gasto adicional será de aproximadamente R$ 1,5 bilhão.

    O Estado, porém, ainda não conseguiu equacionar os salários de novembro, que serão pagos em parcelas até o final de janeiro.

    Os constantes atrasos e as denúncias de corrupção que levaram à prisão do ex-governador Sergio Cabral têm motivado manifestações pelo impeachment de Pezão, que já encontram eco dentro entre os deputados de oposição.

    Picciani disse, porém, que vê poucas chances de impedimento do governador. "Está longe de se vislumbrar isso", afirmou.

    Na sua opinião, o socorro do governo federal, a recuperação dos preços do petróleo e o aumento de impostos aprovado pela Alerj na semana passada podem ajudar a melhorar a situação financeira do Estado.

    "O que tem que ocorrer é o governador Pezão colocar alguém para tocar a máquina, porque ele não é bom nisso", atacou, dizendo que chegou a sugerir os nomes de Pedro Parente, presidente da Petrobras, ou Eduardo Paes, que está deixando a prefeitura do Rio.

    CRISE GAÚCHA

    Chamado pela oposição de "pacote de maldades", o projeto do governador gaúcho, José Ivo Sartori (PMDB), para combater a crise financeira do Rio Grande do Sul começou a ser discutido na tarde desta segunda-feira (19) pelos deputados estaduais.

    Dezenas de servidores foram impedidos de entrar na Assembleia, o que iniciou um tumulto do lado de fora. Os gradis que protegem o local foram derrubados, e a Brigada Militar (a PM gaúcha) lançou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.

    A previsão dos deputados é que os projetos mais polêmicos, como a extinção das fundações e da necessidade de plebiscito para privatização de empresas estatais, sejam votados por último, na quarta-feira (21).

    A base de Sartori não está coesa. O PDT, por exemplo, está dividido sobre o pacote. A deputada Juliana Brizola, neta do ex-governador gaúcho Leonel Brizola, defende que o partido deixa a base do governo e vote contra as medidas.

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