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    Como vai funcionar a parceria de verificação de fatos do Facebook

    MIKE ISAAC
    DO "NEW YORK TIMES"

    19/12/2016 15h55

    Luis Camacho/Xinhua
    Facebook anunciou na quinta que tentaria série de testes para limitar a difusão de falsos artigos
    Facebook anunciou na quinta que tentaria série de testes para limitar a difusão de falsos artigos

    Para combater a difusão de falsas notícias, o Facebook anunciou na quinta-feira (15) que tentaria uma série de testes para limitar a difusão de falsos artigos, o que incluiria colaborar com diversas organizações de notícias como a Associated Press, PolitiFact e Snopes. Essas organizações formaram uma coalizão para verificar os dados divulgados em alguns itens rotulados como notícias falsas na rede social.

    O "New York Times" entrevistou James Goldston, presidente da ABC News, que também participa da parceria de verificação de fatos do Facebook, para descobrir mais sobre a ideia.

    P. Como surgiu a parceria com o Facebook?
    R. Estávamos muito cientes da discussão sobre falsas notícias, durante todo esse ciclo eleitoral. Creio que vemos como um preceito essencial de nosso serviço público dar ao povo norte-americano os fatos e informações reais, para que este possa usá-los a fim de tomar decisões.
    Quando ouvimos dizer que o Facebook estava considerando maneiras de lidar com a questão das notícias falsas, logo quisemos nos envolver. E temos fortes conexões com nossos parceiros no Facebook. Já realizamos iniciativas de realidade virtual com o Facebook; fomos a fonte de vídeos noticiosos em formato stream que eles usaram na eleição. Temos contatos muito bons, lá, e estávamos muito ansiosos por participar.

    P. Como funcionará a parceria?
    R. Obviamente temos grande experiência em verificação de fatos, ao longo de numerosos ciclos eleitorais. Por isso, formalizamos a equipe encarregada disso.
    Criamos uma equipe de cerca de meia dúzia de pessoas e elas usarão todos os verticais da ABC News e nossos recursos mundiais de reportagem, na dimensão necessária a esclarecer de onde provém essas histórias e o que o povo norte-americano precisa saber sobre elas. Na eleição, essa equipe funcionava em base temporária.
    Além de nossa assistência ao Facebook, o que faremos é colocar pacotes em todas as nossas plataformas de conteúdo - entre as quais streams de vídeo ao vivo e vídeos noticiosos curtos - explicando o que estamos descobrindo. Vamos coligir e agregar tudo que descobrimos sobre notícias falsas em cada dada semana. A história do Pizzagate, por exemplo - faremos reportagens especiais sobre tipo de história, igualmente.

    P. Você conversou com o presidente-executivo do Yahoo, Mark Zuckerberg, ou com quem você coordenou suas ações, na rede social?
    R. Nossos principais parceiros são as pessoas que cuidam das parcerias noticiosas no Facebook. Certamente ocorreram decisões em nível mais alto no Facebook sobre a maneira pela qual eles abordariam esse problema.

    P. Haverá pagamento por esse serviço?
    R. Não. Acredito que seja um genuíno serviço público.
    Na verdade, encaramos esse trabalho como parte importante de nossa missão central. Se essa missão central não for ajudar as pessoas a distinguir entre notícias verdadeiras e falsas, então não sei qual é.
    Creio que todos reconhecemos que a reputação da mídia não anda muito boa, e cabe a todos nós tratar desse problema e reconquistar a confiança.

    P. Você acredita que essas medidas farão diferença?
    R. São um primeiro passo. Não acredito que nenhum de nós considere que isso vá bastar para acabar com o problema das notícias falsas. Mas acredito que aprenderemos com isso, e as soluções evoluirão. Com o tempo, a esperança é que essas medidas tenham efeito significativo.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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