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    Nubank responde a clientes após dizer que poderia fechar as portas

    DE SÃO PAULO

    20/12/2016 18h45

    Divulgação /Divulgação
    Nubank recebeu aporte de US$ 80 milhões do fundo DST Global em sua quinta rodada de investimentos
    Fintech se posiciona publicamente após dizer que poderia fechar as portas

    Depois de causar comoção nas redes sociais ao ameaçar fechar as portas, a fintech (novata do setor financeiro) Nubank se posicionou publicamente nesta terça-feira (20) sobre o potencial impacto de mudanças nas regras do mercado de cartão de crédito.

    Na semana passada, o governo Michel Temer anunciou plano de reduzir o tempo de pagamento das operações com cartão de crédito aos lojistas para dois dias, como ocorre em outros países. Hoje, os bancos levam até 30 dias para repassar o dinheiro ao comércio. Já o prazo médio entre a compra e o pagamento da fatura, pelo consumidor, é de 26 dias.

    Se começasse a valer imediatamente, a medida exigiria mais dinheiro em caixa das empresas de cartão de crédito, com potencial de elevar os juros cobrados do consumidor.

    "Empresas como o Nubank, que não estão associadas a grandes bancos com bilhões em caixa, seriam muito prejudicadas. E mesmo que conseguíssemos acesso a esse volume de recursos, isso colocaria em risco o nosso modelo de negócio, que é baseado em sermos altamente eficientes para não termos que cobrar tarifas ou juros absurdos", disse a fintech em nota.

    Existia a expectativa de que o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, pudesse confirmar o prazo menor para pagamento em entrevista realizada nesta terça. No entanto, ele afirmou que o tema continuará em discussão com bancos e fintechs.

    "Felizmente, o Banco Central mostrou hoje que não haverá nenhuma mudança abrupta ou unilateral nas regras de pagamento, e que trabalhará com os emissores, adquirentes, bandeiras e fintechs para definir como eventuais medidas podem ser implementadas de maneira sustentável, gradativa e sem prejudicar a competição, tão necessária nesse setor altamente concentrado", diz o Nubank.

    UM OU OUTRO

    O pacote de medidas econômicas do governo prevê alternativas para a indústria de cartões, segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Ou os emissores de cartões reduzem os juros cobrados no rotativo do cartão ou haverá alteração no prazo de pagamento para o lojista. Goldfajn reafirmou que apenas uma das mudanças será cobrada da indústria de cartões.

    Nos bastidores, a informação é de que o governo pressiona pela redução dos juros cobrados pelo consumidor. No rotativo, a taxa ultrapassa os 400% ao ano.

    Mas isso não deve ser feito por meio de um grande anúncio porque o governo Temer não deseja ser comparado com a gestão da ex-presidente Dilma. Em 2012, a equipe econômica de Dilma usou Banco do Brasil e Caixa para tentar forçar uma queda nos juros para pessoa física.

    INVESTIDORES

    No começo do mês, o Nubank anunciou sua quinta rodada de investimentos. A DST Global, líder de fundos que faz aportes somente em empresas de internet, investiu US$ 80 milhões na fintech brasileira, e os recursos devem ser utilizados para captar mais clientes. O número de pessoas com o cartão da empresa não é divulgado.

    Somando todos os aportes, o Nubank já recebeu cerca de R$ 600 milhões em seus dois anos de existência.

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