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    Setor da construção vê falta de verba no longo prazo com liberação do FGTS

    RENATA AGOSTINI
    DE SÃO PAULO

    23/12/2016 02h00

    Surpreendidos com a decisão do governo de liberar saques ao FGTS, empresários da construção dizem que não haverá consequência imediata da medida para financiamento imobiliário, pois o fundo tem patrimônio grande. Em alguns anos, contudo, podem faltar recursos.

    "A causa é nobre, mas fica o alerta: vai ficar mais difícil comprar a casa própria no longo prazo", diz Ronaldo Cury, vice-presidente do Sinduscon-SP (sindicato da indústria da construção). O FGTS é a principal fonte de recursos para o setor imobiliário.

    Para Rubens Menin, presidente do conselho de administração e principal acionista da MRV, uma das maiores incorporadoras do país, o governo deveria ter ao menos limitado o valor para saque.

    "Não foi inteligente. Ficou muito pior do que era", diz Menin, que também é presidente da Abrainc (Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias).

    Segundo ele, parte do valor sacado não será injetada na economia, mas transferido para outras aplicações.

    "Um número grande de contas inativas pertence a quem arrumou um emprego melhor e, por isso, não foi demitido e não sacou o fundo. Essas pessoas vão pegar o dinheiro e investir onde renda mais", diz Menin.

    O cálculo do governo é distinto. Segundo Temer, cerca de 86% das contas inativas têm saldo inferior a um salário mínimo, ou R$ 880.

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