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    Capital externo na Bolsa recua 12,6% em 2016, para R$ 14,3 bilhões

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    03/01/2017 17h58

    Alessandro Shinoda - 8.ago.2011/Folhapress
    Somente em dezembro houve a saída líquida de R$ 668 milhões de capital externo da Bovespa

    A alta de 39% da Bovespa em 2016 não significou a entrada de mais recursos estrangeiros no mercado de ações brasileiro, na comparação com os dois anos anteriores.

    O saldo líquido entre as compras e vendas de ações feitas por esses investidores ficou positivo R$ 14,32 bilhões no ano passado, uma queda de 12,6% ante os R$ 16,39 bilhões de 2015. Em 2014, houve a entrada de R$ 20,34 bilhões.

    Os investidores estrangeiros são responsáveis por mais da metade dos negócios na Bolsa.

    Em julho e outubro, o superavit de recursos externos no acumulado do ano chegou a superar o total de 2015. O principal motivo foi o otimismo dos investidores com a mudança de governo.

    Com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o mercado apostou as fichas na recuperação da economia brasileira sob o governo de Michel Temer.

    Saldo de capital externo na Bolsa em 2016 - em R$ bilhões

    Entretanto, o quadro mudou em novembro e dezembro, com forte saída estrangeiros do mercado acionário brasileiro.

    Somente em dezembro, houve a saída de R$ 668 milhões de capital externo na Bolsa. Em novembro, foram R$ 2,84 bilhões.

    Raphael Figueiredo, analista da Clear Corretora, credita essa reversão à eleição do republicano Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, em novembro. "A vitória de Trump trouxe a expectativa de aumento dos gastos públicos e de aceleração da economia americana, o que deve levar a uma alta mais rápida dos juros daquele país em 2017", afirma.

    Estrangeiros vendem ações em novembro e dezembro - Resultado líquido (entradas menos saídas), em R$ bilhões

    Além disso, o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) elevou as taxas de juros em dezembro pela primeira vez em um ano.

    Segundo o analista, a perspectiva de juros mais altos na maior economia do mundo tira a atratividade de mercados emergentes, com o Brasil. "Muitos estrangeiros vieram para cá para se beneficiar do diferencial de juros, pegando emprestado lá fora para aplicar aqui e ganhar com os juros elevados. Isso perdeu um pouco de força com Trump."

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