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    Ford perde posição para asiáticas e despenca para o 6º lugar em vendas

    EDUARDO SODRÉ
    COLUNISTA DA FOLHA

    05/01/2017 02h00

    A Ford deixou de ocupar um posto entre as quatro campeões de venda. É a primeira vez que isso ocorre desde que a indústria automotiva brasileira ganhou forma, há 70 anos.
    A montadora americana -que chegou oficialmente ao Brasil em 1919- fechou 2016 em sexto lugar no ranking de emplacamentos, com 9,07% de participação no segmento que inclui carros de passeio e comerciais leves, de acordo com a Fenabrave (federação que representa as distribuidoras de veículos).

    Foi ultrapassada por Hyundai (9,96%) e Toyota (9,08%), enquanto as outras marcas tradicionais permanecem nas três primeiras posições: Chevrolet, Fiat e VW.

    A Ford não se pronunciou sobre os dados -a direção da empresa retorna ao trabalho na próxima semana, após duas semanas de recesso.

    QUEDA GERAL

    A montadora americana viu suas vendas caírem 29% entre 2015 e 2016. No último ano, teve 180.242 carros de passeio e comerciais leves emplacados. Contudo, não está sozinha no prejuízo: todas as montadoras perderam em um mercado que andou uma década para trás.

    A líder Chevrolet viu os emplacamentos recuarem 10,8%, abaixo dos 19,8% de retração no mercado de veículos leves. Quando ônibus e caminhões entram na conta, a queda geral é de 20,2%.

    A Fenabrave espera que haja crescimento em 2017 e vê sinais de retomada do crédito, embora em níveis ainda baixos. Esse é o principal problema do setor atualmente.

    "A cada dez fichas que passaram pelas financeiras para compra de carros em 2016, apenas três foram aprovadas. No caso das motos, o índice cai para 1,5 em dez", afirma Alarico Assumpção Júnior, presidente da
    entidade.

    "Os dados negativos dos últimos dois anos devem ficar pra trás, com uma pequena retomada", diz Tereza Maria Fernandez, da MB Associados, empresa que presta consultoria econômica para a Fenabrave. Os estudos da entidade projetam um crescimento de 2,4% nas vendas de carros de passeio e comerciais leves. No segmento de ônibus e caminhões, a alta esperada é de 3,15%.

    Houve muitas demissões no setor de vendas. Segundo a federação, 1.291 concessionárias foram fechadas entre janeiro de 2015 e junho de 2016, com corte de 126 mil postos de trabalho.

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