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    Corte mais agressivo dos juros faz Bolsa subir 2,3%; dólar cai a R$ 3,18

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    12/01/2017 13h53

    Joel Silva / Folhapress
    Pessoa física aumenta participação na Bolsa em 2016
    Pessoa física aumenta participação na Bolsa em 2016

    O mercado financeiro doméstico reage positivamente ao inesperado corte de 0,75 ponto percentual da taxa básica de juros (Selic), para 13% ao ano, anunciado na noite desta quarta-feira (11).

    Descolado das Bolsas internacionais, o Ibovespa subia há pouco 2,29%, aos 63.879,37 pontos, maior patamar desde 8 de novembro, dia da eleição do republicano Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.

    Após atingir a cotação mínima de R$ 3,1521 mais cedo, o dólar à vista recuava 0,39%, a R$ 3,1809, no menor nível desde a eleição americana. O dólar comercial perdia 0,31%, a R$ 3,1820.

    O câmbio também é influenciado pelo exterior. A moeda americana recua globalmente, após Trump, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (11), não ter dado detalhes sobre seu plano para alavancar a infraestrutura e impulsionar a economia dos Estados Unidos.

    As captações de empresas brasileiras no exterior, como Petrobras e, mais recentemente Fibria, também contribuem para o maior fluxo de entrada de dólares no Brasil.

    Confira a evolução da taxa Selic - Em % ao ano

    O mercado de juros futuros negociados na BM&FBovespa exibia forte queda, ajustando-se à redução maior da Selic. Cerca de 90% do mercado esperava uma diminuição de 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros, para 13,25% ao ano.

    Segundo o comunicado do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, o "processo de desinflação mais disseminado e a atividade econômica aquém do esperado já torna apropriada a antecipação do ciclo de distensão da política monetária, permitindo o estabelecimento do novo ritmo de flexibilização".

    A autoridade monetária indicou ainda que deve manter o ritmo mais forte de corte da taxa Selic nos próximos meses.

    PERSPECTIVA POSITIVA

    "Havia espaço para uma redução de 0,75 ponto da Selic, mas, por causa da postura mais cautelosa do Copom até então, a maioria dos economistas aguardava uma queda de 0,50 ponto", afirma Luiz Eduardo Portella, sócio-gestor do Modal Asset.

    "O corte mais rápido da Selic traz ânimo ao mercado, porque reduz os juros reais [descontada a inflação], melhora as condições de financiamento e abre uma janela para a volta dos investimentos", acrescenta Portella.

    Na Bolsa, as ações ligadas a consumo apareciam entre as maiores altas nesta sessão: BrMalls ON ganhava 8,89%; Lojas Americanas ON, +7,59%; Lojas Renner, ON, +6,15%; e Pão de Açúcar; +6,00%, entre outros papéis.

    As ações de bancos subiam mais de 2%, com a perspectiva de que a queda dos juros aumente as concessões de crédito e reduza a inadimplência.

    As ações de Petrobras e Vale avançavam mais de 2%, beneficiadas pela alta das commodities no mercado internacional.

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