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    Com energia mais barata, prévia da inflação fica abaixo do esperado

    DA REUTERS

    19/01/2017 10h31 - Atualizado às 11h01

    Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
    Prévia da inflação avança 0,31% em janeiro, menos que o esperado por economistas
    Prévia da inflação avança 0,31% em janeiro, menos que o esperado por economistas

    A prévia da inflação oficial do Brasil iniciou 2017 mostrando menos força do que o esperado, com destaque para a queda nos preços das contas de energia elétrica.

    O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) subiu 0,31% em janeiro, informou o IBGE nesta quinta-feira (19), acima da alta de 0,19% de dezembro, mas no menor patamar para janeiro desde 1994, ano em que foi criado o Plano Real.

    Em 12 meses até janeiro, o IPCA-15 acumulou alta de 5,94%, nível mais baixo desde março de 2014 (+5,90%).

    As expectativas em pesquisa da Reuters eram de alta de 0,44% em janeiro e de 6,06% em 12 meses. O centro de projeções de economistas ouvidos pela agência internacional Bloomberg era de avanço de 0,38% no mês e 6,01% em 12 meses.

    "Estamos vendo a inflação desacelerar como um todo, não é apenas um grupo. O mercado está na dúvida sobre por quanto tempo o novo ritmo de corte de 0,75 ponto vai durar. Mas enquanto a inflação continuar surpreendendo, a tendência é que esse ritmo permaneça", afirmou o economista da Votorantim Carlos Lopes, que projeta a Selic em 9% no fim do ano.

    Inflação - Índice de variação de preços medido pelo IPCA-15, em %

    Segundo o IBGE, três grupos tiveram quedas nos preços em janeiro sobre o período anterior: artigos de residência (-0,23%), vestuário (-0,18%) e habitação (-0,22%).

    Neste último, as contas de energia elétrica, com queda dos preços de 2,25%, geraram o impacto negativo mais intenso (-0,08 ponto percentual) sobre o IPCA-15, com a volta, a partir de 1º de dezembro, da bandeira tarifária verde.

    ALIMENTOS

    Na outra ponta, o grupo alimentação e bebidas mostrou alta nos preços de 0,28% em janeiro, após queda de 0,18% no mês anterior. A pressão maior foi exercida pelos alimentos consumidos em casa, cujos preços subiram 0,21%, após queda de 0,45% em dezembro.

    A maior alta no mês foi apresentada por despesas pessoais, de 0,76%, devido principalmente ao aumento de 2,61% dos preços do cigarro, segundo o IBGE.

    O principal impacto individual, entretanto, veio da gasolina, com alta de 2,43% do preço da litro após reajuste autorizado pela Petrobras nas refinarias.

    A inflação de serviços, que vem sendo acompanhada de perto pelo Banco Central para a condução da política monetária, desacelerou em janeiro a 0,31%, sobre 0,60% na leitura anterior, nas contas da Votorantim Corretora.

    Inflação por grupos - Variação em % segundo o IPCA-15

    Com sinais de retomada econômica mais demorada após dois anos de profunda recessão, o BC reduziu a Selic além do esperado este mês, levando-a a 13% ao ano, passando a ver a inflação abaixo do centro da meta, em 4%. A meta é de 4,5% para o IPCA, com margem de 1,5 ponto.

    A expectativa é de que o afrouxamento continue, com a taxa básica de juros chegando a um dígito. Os economistas consultados na pesquisa Focus do BC veem a Selic a 9,75% neste ano, com a alta do IPCA em 4,80%.

    De acordo com o presidente do BC, Ilan Goldfajn, a autoridade monetária entrou em um novo ritmo de corte de juros, destacando que a redução de 0,75 ponto percentual representa este novo padrão.

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