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    BC europeu mantém juros e plano de compra de ativos na zona do euro

    DA REUTERS

    19/01/2017 11h28 - Atualizado às 12h45

    Kai Pfaffenbach/REUTERS
    BCE mantém estímulo em meio a retomada do crescimento na zona do euro
    BCE mantém estímulo em meio a retomada do crescimento na zona do euro

    O BCE (Banco Central Europeu) manteve sua política monetária ultrafrouxa como esperado nesta quinta-feira (19), permanecendo com um estímulo extraordinário para ajudar a recuperação morna do crescimento.

    Com o crescimento acelerando o ritmo lentamente, o BCE manteve as taxas em território negativo e a compra de ativos em um ritmo recorde, provavelmente com o argumento de que a recuperação ainda não se sustenta sozinha e que a inflação ainda é baixa demais.

    A autoridade monetária da zona do euro manteve sua taxa de depósito em -0,40%. A principal taxa de refinanciamento, que determina o custo do crédito na economia, permaneceu em 0,00%, enquanto a taxa de empréstimo continuou em 0,25%.

    Repetindo sua orientação padrão, o banco disse que as taxas permanecerão em seus níveis atuais ou mais baixos por um período prolongado e também que está pronto para aumentar ou prorrogar as compras de títulos se o cenário se agravar.

    "Se o cenário se tornar menos favorável ou se as condições financeiras se tornarem inconsistentes com novos progressos na direção de um ajuste sustentado da inflação, o Conselho está pronto para aumentar o programa em termos de dimensão e/ou duração", disse o BCE em comunicado.

    Em entrevista concedida após comunicar a decisão do BCE, Draghi afirmou que o "crescimento econômico na zona do euro deve ser atenuado pelo ritmo lento da reforma estrutural". Ele insistiu que "um grau muito substancial" de estímulo monetário ainda é necessário.

    "Sejam pacientes —à medida que a recuperação se acelera, as taxas subirão", acrescentou em uma observação dirigida aos críticos, notadamente à Alemanha, que afirma que as políticas do BCE têm corroído a riqueza dos poupadores e permitido economias mais fracas a fugir de reformas reais.

    PREÇOS

    A inflação atingiu máxima de três anos no mês passado, a atividade industrial está acelerando e os indicadores de confiança estão se firmando, o que indica um crescimento sólido no fim do ano passado.

    Entretanto, o cenário básico é misto, dando ao presidente do BCE, Mario Draghi, vários argumentos para rebater as críticas, particularmente da Alemanha, principal adversário da política do banco.

    A inflação ainda é metade da meta do BCE de 2% e a alta se deve principalmente aos preços mais elevados do petróleo, enquanto o cenário básico para os preços continua perigosamente fraco.

    Draghi afirmou nesta quinta que o aumento da inflação na zona do euro está sendo impulsionado principalmente pela flutuação nos preços de energia e não há sinais de que seja sustentável.

    "Não há sinais ainda de uma tendência de alta convincente na inflação", disse ele em entrevista coletiva.

    "É provável que a inflação acelere ainda mais no curto prazo, refletindo em grande medida os movimentos da taxa dos preços da energia na base anual. Porém, as medidas de inflação deverão subir mais gradualmente a médio prazo."

    A declaração levou o euro a se enfraquecer em relação ao dólar e atingir a mínima de 10 dias contra a libra.

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