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    Guia da Micro, Pequena e Média Empresas (MPME)

    Com tempo e dinheiro, idoso se torna cliente preferencial

    MICHELE LOUREIRO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    21/01/2017 23h30

    FOLHAPRESS
    SAO PAULO/SP BRASIL. 12/01/2016 - Thereza e a filha Cinthia, sao donas da agencia de turismo, Cinthe Tur, especializada em idosos.(foto: Zanone Fraissat/FOLHAPRESS, ESPECIAIS)***EXCLUSIVO***
    Cinthia e Thereza Quedas, da CintheTur, especializada em idosos, na sede em SP

    Com dinheiro no bolso e tempo para viajar, os idosos são um alvo lógico do setor de turismo. Por conta disso, cada vez mais agências de turismo apostam nesse nicho para ampliar os negócios.

    E as perspectivas no futuro são ainda melhores, já que o número de pessoas com mais de 65 anos no Brasil deve chegar a 32 milhões até 2020, segundo o IBGE.

    "É uma questão de sobrevivência para as agências menores se especializarem", diz Paulo Gaudenzi, ex-secretário de Turismo da Bahia.

    "São pessoas que podem viajar fora da alta temporada, o que dá condições de preços mais acessíveis", completa. Outra vantagem, segundo ele, é que muitos idosos vivem de aposentadoria, e portanto são menos afetados pela crise.

    Antes mesmo de saber do potencial de consumo dessa faixa etária, a empresária Thereza Ramos Quedas, 72, já apostava no segmento.

    Depois de atuar como tecelã por quase quatros décadas, ela fundou em São Paulo há 20 anos, ao lado da filha, a agência de viagem Cinthe Tur, especializada em idosos.

    A ideia veio de uma experiência pessoal. Com a cunhada em tratamento médico em Campos do Jordão (SP), Quedas organizava viagens de ônibus semanais para familiares e pegou gosto. "Fui fazendo contatos e notei que não existiam agências especializadas nessa idade. Resolvi arriscar", diz.

    Atualmente, todos os meses ao menos dois ônibus saem da capital paulista rumo a destinos como Águas de Lindóia (São Paulo) e Itatiaia (Rio). Além disso, há cerca de oito grupos que viajam para países na Europa, América Latina, África e Ásia.

    Atuar nesse segmento, porém, exige uma série de cuidados especiais. "Em todas as nossas viagens há guias especializados em primeiros socorros. Também verificamos a acessibilidade dos locais, e temos transporte especial", afirma Quedas.

    Esses serviços permitem a cobrança de preços mais altos, o que manteve o faturamento da empresa. "Não sentimos os efeitos da crise ano passado. Temos um público fiel e nosso faturamento se manteve", diz a empresária.

    CRIANÇAS

    O turismo para crianças também vem atraindo novos empresários, como Claudine Blanco, 41. Ela foi dona de uma agência tradicional por 15 anos, mas há três decidiu mudar o foco.

    A mudança ocorreu após ter filhos e passar a organizar viagens para a família. "Comecei a oferecer essas opções também para os clientes e isso ficou maior do que as viagens tradicionais. Por isso, decidi apostar nas crianças", diz ela, que fundou então a Viajar com Crianças.

    Para Virgilio Carvalho, diretor da Confederação Nacional do Turismo, uma das vantagens do segmento infantil é que ele acaba englobando também os pais. "Nunca se vende só um pacote para os filhos, vai a família toda e a margem fica maior."

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