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    Franquia de hostel cresce com onda hipster

    PEDRO SIBAHI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    21/01/2017 23h30

    Folhapress
    Rio de Janeiro, Rj, BRASIL. 18/01/2017; O hostel El Mistí, no Rio, está preparado para reabrir projeto de franquia para interessados. ( Foto: Ricardo Borges/Folhapress)
    Hostel El Misti, no bairro de Ipanema, no Rio de Janeiro (RJ)

    O número de hostels cadastrados no país saltou de sete em 2006 para 188 em 2017, de acordo com dados do Ministério do Turismo.

    O modelo de acomodação com quartos e banheiros compartilhados entre os hóspedes ainda é novidade no Brasil, mas promete ser um formato de negócio mais rentável e com menor custo que a hotelaria tradicional.

    Segundo Diego Giles, um dos fundadores da rede argentina Che Lagarto, com 26 unidades em cinco países sul-americanos, é possível alcançar um faturamento 30% maior por quarto em comparação a um hotel tradicional.

    Apesar de ser financeiramente atraente, o modelo tem características que requerem uma análise de perfil mais minuciosa por parte do empresário interessado.

    "Para ser dono de um hostel é preciso gostar do contato com as pessoas, esse é o diferencial", diz Nataniele Moreira Resck, dona de quatro franquias Che Lagarto.

    Ela afirma que as principais vantagens de virar um franqueado estão no marketing e na experiência de gestão que já vem da matriz. "Quando ocorre algum problema recebemos ajuda."

    De acordo com Giles, o hostel vende uma experiência. Quem busca este tipo de acomodação quer fazer amizades, conhecer a cultura dos locais que visita e se identifica com um estilo de vida jovem, sem deixar de lado certos confortos como wi-fi.

    "São pessoas entre 35 e 40 anos que querem se sentir jovens e, em vez de ir para um Ibis, escolhem um hostel pela atmosfera, porque é divertido e tem essa coisa de compartilhar", afirma Giles.

    Para abrir um hostel da rede Che Lagarto é preciso investir entre R$ 300 mil e R$ 600 mil, além de pagar R$ 30 mil de taxa, com retorno previsto em 36 meses.

    Outra franquia do segmento com atuação no Brasil, a rede El Misti também aposta no ambiente jovem e compartilhado, porém, segundo Tatiana Omegna, gerente comercial, o brasileiro ainda está se adaptando ao serviço -muitos turistas têm medo de dividir o quarto ou desconfiam da segurança.

    "Antes o público era quase só de estrangeiros, mas hoje cerca de 50% dos hóspedes são brasileiros", diz.

    Hoje, a rede El Misti não está aberta para novas franquias. As sete unidades possuem capital do fundador, o argentino German Olmano.

    Até o fim do verão de 2017 o grupo espera voltar a receber novos franqueados. O investimento inicial deve ser de R$ 300 mil, e a taxa de franquia custa R$ 50 mil.

    Em São Paulo, um dos fundadores da rede The Hostel, João Luiz, está confiante em relação ao futuro. Ele abriu a primeira unidade em 2013, na Vila Mariana (zona sul), e já tem três estabelecimentos. Em 2018, quer entrar no mercado de franquias.

    "Padronizamos tudo: modelo de negócio, procedimentos, operações, gerenciamento de pessoas e treinamentos. A gente está bem otimista. Acho que o segmento dos hostels vai crescer nos próximos anos", afirma.

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