Os saques das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) devem começar a ser liberados pela Caixa a partir de março. A ideia, a princípio, é que o cronograma se estenda até julho. O calendário final, porém, ainda está sendo debatido por técnicos do banco.

O governo gostaria que a programação fosse iniciada já em fevereiro, mas a Caixa tem argumentado que precisa de mais tempo para se estruturar a fim de atender a demanda, que se imagina grande.

O banco estatal, que faz a gestão dos recursos do FGTS, apoiado por integrantes da gestão Michel Temer, defende a ideia de estabelecer um limitador para os saques.

A proposta foi apresentada ao presidente após uma análise detalhada do FGTS indicar que cerca de 2% dos trabalhadores concentravam um volume muito expressivo dos recursos das contas inativas, como mostrou a Folha.

A trava, conforme proposto ao Planalto, incindiria sobre trabalhadores com renda superior a dez salários. No entendimento dos técnicos, os cotistas de mais alta renda tendem a apenas transferir os recursos para aplicações mais vantajosas em vez de usar o dinheiro para quitar dívidas ou comprar bens –o objetivo da medida.

Temer resiste à ideia e afirmou na quinta-feira (19) que irá manter a autorização para que todos os trabalhadores saquem recursos das contas cujos depósitos se encerraram até dezembro de 2015

Segundo o presidente, a medida vai permitir que R$ 30 bilhões sejam injetados na economia, ajudando na recuperação do país. Trata-se de uma estimativa. O valor depositado em contas inativas se aproxima de R$ 40 bilhões, segundo técnicos. O governo aposta, contudo, que nem todos os cotistas irão resgatar os valores depositados.