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    Apesar de inadimplência menor, bancos elevam juro ao consumidor

    MAELI PRADO
    DE BRASÍLIA

    27/01/2017 02h00

    Marcos Santos//USP Imagens
    Saques de recursos da caderneta de poupança somaram R$ 1,98 bilhão em 2016, informou BC
    Inadimplência recua de 4,2% no fim de 2015 para 3,9% em dezembro de 2016

    Apesar da queda na inadimplência e no custo de captação de recursos pelos bancos, as taxas de juros cobradas dos consumidores subiram no ano passado.

    O "spread" bancário (diferença entre o que os bancos pagam para captar o dinheiro e o que cobram na ponta) aumentou 5,3 pontos percentuais em 2016 nas linhas de crédito a pessoas físicas, segundo o Banco Central.

    A inadimplência recuou de 4,2% no final de 2015 para 3,9% em dezembro de 2016.

    O aumento do "spread" ocorreu mesmo com a queda de 11,3% para 9,6% na taxa de captação dos bancos.

    A taxa média de juros cobrada dos consumidores nas linhas ao consumo, o que exclui o crédito imobiliário, passou de 63,7% ao ano no final de 2015 para 71,5% ao ano em dezembro de 2016.

    Houve ligeira queda em relação ao pico de 73,6% registrado em outubro e novembro, movimento classificado como sazonal de fim de ano.

    Para as empresas, por outro lado, a inadimplência subiu de 4,5% para 5,2%, mas a taxa média de juros recuou de 29,8% para 28,2% na mesma comparação.

    "A inadimplência é um dos fatores determinantes do 'spread', mas essa evolução não necessariamente é imediata. É natural que ocorra alguma defasagem", Renato Baldini, do Departamento Econômico do Banco Central.

    "No ano passado, os bancos promoveram diversas renegociações de dívidas, o que manteve a inadimplência sob controle", disse João Morais, economista da consultoria Tendências. "Mas o risco de crédito, que é ligado ao mercado de trabalho, piorou, e isso se refletiu no 'spread'."

    Quanto eles cobram de pessoas jurídicas - Aumenta a diferença entre o que bancos pagam para captar recursos e o que cobram de consumidores e empresas

    Quanto eles cobram de pessoas físicas - Aumenta a diferença entre o que bancos pagam para captar recursos e o que cobram de consumidores e empresas

    Segundo ele, a expectativa para 2017 é de uma ligeira melhora no mercado de crédito. Entre novembro e dezembro, a concessões de novos empréstimos cresceram 1%.

    Também houve queda no "spread", de 41,9 para 40,2 pontos percentuais. Mas Morais considera que ainda é cedo para falar em recuperação.

    No ano passado, o estoque de operações de crédito recuou 3,5% (cerca de 10% se considerada a inflação do período). Foi a primeira retração, se forem considerados dados do BC desde 1994.

    Para as pessoas físicas, o estoque cresceu 0,5% no consumo e 7% no imobiliário. Para as empresas, caiu 9,5%.

    Houve retração de 13% nas linhas do BNDES, o que contribuiu para que a participação dos bancos públicos no crédito recuasse de 55,8% para 55,7% entre o fim de 2015 e de 2016. Isso interrompeu o processo de avanço dessas instituições iniciado em 2009.

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