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    Spotify e Apple Music alimentam reviravolta de grandes gravadoras

    DO "FINANCIAL TIMES"

    30/01/2017 02h00

    Divulgação
    Streaming de música Spotify em iPhone da Apple
    Streaming de música Spotify em iPhone da Apple

    Depois de mais de uma década de queda nas vendas de álbuns e de perdas de receita diante da pirataria digital, as maiores gravadoras do planeta agora preveem um futuro melhor, graças a uma nova forma de desordenamento tecnológico: o streaming.

    Devido ao avanço do Spotify e da Apple Music, a receita dos serviços de "streaming on demand" cresceu com força suficiente para compensar o declínio das vendas de música em mídias físicas para as três grandes gravadoras globais —a Warner Music teve a maior alta de seu faturamento em oito anos.

    O setor musical dos EUA está a caminho de dois anos consecutivos de crescimento pela primeira vez desde o final dos anos 90, antes que a pirataria e a internet corroessem suas vendas.

    Um executivo de gravadora afirmou que o clima mudou nos últimos meses e que "muita gente sente que enfim superamos a crise".

    O otimismo surge em um momento no qual os serviços de streaming se tornaram uma corrida entre dois grandes rivais, Spotify e Apple.

    Amazon, Pandora e iHeartMedia lançaram serviços de streaming pago em 2016, criando novos concorrentes em um mercado que já conta com Deezer, SoundCloud, Tidal e Google Play.

    Os executivos esperam que os recém-chegados, como a Amazon, criem uma onda de adesão aos serviços de streaming, levando-os além dos entusiastas da música.

    "Agora que o streaming está firmemente estabelecido como nossa maior fonte de receita, nosso foco é encontrar maneiras de acelerar a adoção desses serviços pelo público geral", disse Stephen Cooper, presidente-executivo do Warner Music Group.

    A Warner, a terceira maior companhia no ramo da música, se tornou, em 2016, a primeira grande gravadora a divulgar que o streaming se tornou sua maior fonte de renda, ultrapassando as vendas de formatos físicos como os CDs e o vinil.

    A receita da Warner com streaming cresceu em 55% no seu ano fiscal e está se aproximando da marca de US$ 1 bilhão ao ano, mais que o dobro do faturamento que ela registra com downloads digitais, disse Cooper.

    A receita total do setor de música nos Estados Unidos cresceu em 8%, para US$ 3,4 bilhões no primeiro semestre de 2016, segundo a associação fonográfica americana.

    O crescimento do streaming levou analistas do banco Macquarie a prever que a receita mundial do setor de música gravada dobrará na próxima década, chegando aos US$ 30 bilhões em 2025.

    AMEAÇA

    Mas a aparente recuperação da música está sendo ameaçada por uma feroz disputa de poder entre o setor e plataformas como o YouTube e o Facebook, que oferecem música gratuitamente.

    O YouTube se tornou a maior plataforma de streaming musical do planeta, atraindo mais ouvintes do que Spotify e Apple combinados.

    O setor de música decidiu agir contra o YouTube em 2016, argumentando que a plataforma explora as leis de direitos autorais a fim de pagar royalties menores pelo conteúdo que veicula.

    O YouTube divide a receita publicitária dos vídeos que exibe com os artistas e as gravadoras. No entanto, o setor musical viu uma queda no valor desses pagamentos comparados ao faturamento que obtém via streaming, porque os preços dos anúncios no serviço caíram.

    Tradução de Paulo Migliacci

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