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    Empresariado vê 'paralisia completa' no Mercosul e pede mudanças

    RENATA AGOSTINI
    DE SÃO PAULO

    07/02/2017 02h00

    Argentinian Presidency/Reuters
    Ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra (esq.), é recebido pelo presidente Mauricio Macri
    Ministro José Serra (esq.) é recebido pelo presidente argentino Mauricio Macri em visita no ano passado

    Insatisfeitas com os rumos do Mercosul, lideranças empresariais brasileiras pedem mudanças no bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai -a Venezuela está suspensa atualmente.

    Após consulta com 37 entidades setoriais do setor produtivo do país, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) elaborou 22 propostas para revigorar o bloco, como a costura de um acordo para compras governamentais.

    Para a entidade, medidas são necessárias já que até 2016 houve "paralisia completa" na agenda econômica e comercial do bloco, com a proliferação de barreiras à exportação e o aumento da imprevisibilidade para as empresas.

    O presidente da Argentina, Mauricio Macri, chega ao Brasil nesta terça-feira (7) para uma visita de Estado. Na pauta do encontro com Michel Temer estão formas de destravar o comércio na região.

    É na boa relação entre os presidentes dos dois países, principais potências do Mercosul, que o empresariado vê um caminho para retomada nas vendas internas do bloco.

    A fatia das exportações dos membros que vai para parceiros do bloco caiu de 16,2% em 2010 para 13,7% em 2015, mostra estudo da CNI.

    A queda é resultado, em parte, da situação econômica dos integrantes. O PIB do Mercosul recuou 1,9% em 2016, segundo estimativas, ante avanço de 4% de outras nações em desenvolvimento.

    Mas o quadro também é consequência da falta de prioridade dada ao Mercosul pelos membros, afirma Fabrízio Panzini, gerente da CNI.

    "Nos propusemos a fazer a livre circulação de bens, pessoas, investimentos. Mas só zeramos tarifas. E nem chegamos a todos os produtos", diz.

    PROPOSTAS

    Entre as sugestões do empresariado, estão a costura de um acordo para abrir licitações de autarquias e empresas públicas a empresas dos membros e a eliminação de barreiras não tarifárias.

    Estima-se que elas atinjam 12,6% das importações brasileiras do bloco. Na Argentina, elas chegam a 28%, quando incluídas as licenças não automáticas que hoje alcançam 1.629 tipos de bens.

    A CNI pede ainda um acordo de investimentos. Hoje, os membros respondem só por 3,2% do total de investimentos recebido pelo Mercosul.

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