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    Fundos de investimento têm maior captação para janeiro em 4 anos

    DANIELLE BRANT
    MARIANA CARNEIRO
    DE SÃO PAULO

    08/02/2017 15h58 - Atualizado às 22h31

    Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
    Fundos de investimento têm maior captação líquida para janeiro em 4 anos
    Fundos de investimento têm maior captação líquida para janeiro em 4 anos

    Considerados os "patinhos feios" das aplicações financeiras em 2014 e em 2015, os fundos de investimentos registraram em janeiro a maior captação dos últimos quatro anos.

    Descontados os resgates, os fundos receberam quase R$ 40 bilhões no mês passado, a maior injeção líquida desde janeiro de 2013. O montante equivale a 37% do volume destinado a essas aplicações em todo o ano passado.

    Desde o ano passado é crescente o interesse por essas aplicações. Segundo a Anbima (associação que reúne as instituições do mercado), a captação em 2016 foi a mais elevada desde 2010.

    Os números surpreendem num momento em que as famílias comprometem boa parcela de seus orçamentos com o pagamento de dívidas e o desemprego bate recorde.

    A poupança, por exemplo, aplicação que compete com os fundos na atenção dos pequenos investidores, teve em janeiro a segunda maior saída líquida de recursos para o mês registrada pelo Banco Central.

    Retorno dos fundos

    "Os investidores buscam ficar em posições que possam ser resgatadas a qualquer tempo e com baixa volatilidade, mas sem deixar de aproveitar as altas taxas de juros do Brasil", afirma Carlos Takahashi, consultor sênior da gestora Blackrock no Brasil, referindo-se à atratividade recente dos fundos ante a poupança.

    Segundo Diego Kashiwakura, analista sênior da Moody's, a perspectiva de recuperação da economia e taxas de juros elevadas aumentaram o apetite dos investidores pelos fundos no fim do ano passado, mesmo em um contexto de recessão. Mas o desempenho dessas aplicações também ajudou.

    Segundo dados da Anbima, a rentabilidade média dos fundos de renda fixa nos 12 meses encerrados no mês passado –sem o desconto de Imposto de Renda– foi de 13,9%, enquanto a poupança teve ganho de 8,3%.

    A perspectiva era de que, com a queda dos juros, essas aplicações perdessem atratividade. Porém, a surpresa com a inflação de janeiro –abaixo do esperado– gerou apostas de que a taxa pode cair mais do que o previsto, o que abriu chance de maior rentabilidade para uma das famílias dos fundos de renda fixa –os mais procurados.

    Do total de R$ 39,9 bilhões que entraram nos fundos em janeiro, já descontados os resgates, R$ 35 bilhões foram destinados a aplicações de renda fixa.

    Segundo o consultor Marcelo D'Agosto, os fundos de renda fixa prefixados –cuja rentabilidade é definida na compra da aplicação– devem ter melhor remuneração do que os da antiga família DI, que acompanham a Selic. Já os ligados à inflação têm rentabilidade mais incerta, pois são uma mistura de prefixados com inflação (em queda).

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    Como escolher o fundo

    Tudo depende do perfil do investidor e do custo da administração dos recursos, temas recorrentes quando o assunto é escolher a melhor opção de fundo para aplicar. Veja algumas dicas:

    1 - Fundos ativos —aqueles cuja meta do gestor é superar o desempenho de referência do mercado- costuma dar mais retorno e ter taxas mais elevadas. "O risco é maior, mas com isso se coloca uma pitada maior de retorno", diz Carlos Takahashi, consultor sênior da gestora Blackrock no Brasil.

    2 - Diante de tantas opções no mercado —só na renda fixa há cerca de 2.500 fundos no mercado-, o investidor precisa pesquisar as taxas de administração, que podem reduzir seus ganhos. "Uma taxa de 2% é muito comum no mercado. Para cobrar mais, o gestor tem que mostrar que presta um serviço muito melhor do que os outros", diz Michael Viriato, do Insper.

    3 - Rentabilidade passada não é garantia de ganho futuro, mas ainda assim é preciso estudar o histórico do fundo antes de aplicar. "O ideal é olhar uma performance de até uns cinco anos atrás", diz o consultor de investimentos Marcelo D'Agosto.

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