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    Bolsa sobe 1,8% e fecha em alta pelo 4º dia; dólar tem 8ª semana de queda

    DE SÃO PAULO

    10/02/2017 19h26

    Mohamed Abd El Ghany/REUTERS
    Dólar fechou em baixa pela oitava semana seguida, com captação de empresas brasileiras no exterior
    Dólar fechou em baixa pela oitava semana seguida, com captação de empresas brasileiras no exterior

    A Bolsa brasileira marcou sua quarta alta seguida nesta sexta-feira (10), impulsionada pela forte valorização dos papéis da Vale e da Petrobras e apesar de a agência de classificação de risco Standard & Poor's ter mantido a nota de crédito do país com perspectiva negativa. O dólar somou a oitava semana seguida de desvalorização em relação ao real.

    O Ibovespa subiu 1,80%, para 66.131 pontos. O volume financeiro negociado no pregão foi de R$ 8,87 bilhões, acima da média diária do ano, que é de R$ 7 bilhões

    A decisão da agência de risco S&P de manter a nota de crédito do país com perspectiva negativa não teve reflexos sobre o Ibovespa. Para Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos, a manutenção era esperada. "A elevação do rating do país demora mais porque as reformas ainda têm que ser aprovadas e a economia do país precisa entrar em trajetória de melhora, enquanto continua piorando. Um upgrade não é esperado tão cedo", diz.

    A maior contribuição para a alta da Bolsa nesta sexta veio dos papéis da mineradora Vale, que subiram mais de 5% acompanhando a alta dos preços do minério de ferro no exterior. As ações preferenciais da mineradora dispararam 6,55%, para R$ 31,23. As ações ordinárias tiveram alta de 5,53%, para R$ 32,80. No ano, os papéis acumulam ganho de 33,8% e de 27,7%, respectivamente.

    As ações da Petrobras fecharam com valorização acima de 2%, impulsionadas pelo aumento do preço do petróleo no exterior e após a agência S&P elevar a nota de crédito da empresa de B+ para BB-. Com a elevação, a Petrobras tende a pagar taxas menores quando tomar empréstimos com o mercado financeiro.

    "A Petrobras tem melhorado bastante sua alavancagem financeira. A decisão é um crédito que a S&P está colocando no plano de venda de ativos, que é uma forma de melhorar a capacidade de pagamento da dívida", diz Pereira, da Guide.

    As ações preferenciais da estatal subiram 3,52%, para R$ 15,58, e as ordinárias fecharam o dia com alta de 2,44%, para R$ 16,35.

    No setor financeiro, os bancos fecharam em alta nesta sexta. Os papéis do Itaú Unibanco subiram 0,33%. Bradesco PN avançou 1,5%, enquanto as ações ON tiveram valorização de 0,35%. Os papéis do Banco do Brasil avançaram 1,83%, e as units —conjunto de ações— do Santander Brasil fecharam com ganho de 5,8%.

    "A semana termina razoavelmente bem, com o mercado batendo 66 mil pontos. Acho que a tendência primária é de alta, embora a gente vá conviver com volatilidade por causa do cenário político e também instabilidades na França e na Alemanha", avalia Álvaro Bandeira, economista-chefe do home broker Modalmais.

    DÓLAR

    O dólar fechou em baixa em relação ao real pela oitava semana seguida, refletindo a entrada de recursos captados por empresas brasileiras no exterior.

    O dólar à vista teve queda de 0,47%, para R$ 3,112. O dólar comercial recuou 0,67%, para R$ 3,110. No ano, o dólar já recua 4,4%.

    "Essas empresas que captaram geram algum interesse, porque são sólidas, estão há um tempo no mercado e o investidor externo fica tranquilo para assumir o risco. O mercado opera nessa expectativa de mais ingresso de recursos. O dólar que entra no país derruba qualquer pressão compradora, e a gente tem visto isso diariamente", afirma Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

    Segundo ele, o atual patamar do dólar entre R$ 3,10 e R$ 3,20 deve fazer com que o BC decida não rolar os contratos de swaps cambiais —equivalentes à venda de dólares no mercado futuro— que vencem em março. "São US$ 7 bilhões a menos de exposição cambial futura do BC, e o Banco Central já indicou que tem interesse em zerar essa exposição", afirma.

    No mercado de juros futuros, as taxas recuaram, refletindo a menor percepção de risco do país. O DI com vencimento em abril de 2017, o mais negociado no mercado, recuou de 12,319% para 12,304%. O contrato com vencimento em janeiro de 2018 caiu de 10,715% para 10,665%. O contrato para janeiro de 2021 caiu de 10,310% para 10,280%.

    O CDS (credit default swap) de cinco anos brasileiro, espécie de seguro contra calote e termômetro de risco, caiu 2,55%, para 228,190 pontos. É o menor patamar desde 25 de maio de 2015.

    Folhainvest

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