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    Morre o bilionário Edson Bueno, fundador da Amil

    DE SÃO PAULO

    14/02/2017 13h45

    Raquel Cunha/Folhapress
    Edson Bueno, bilionário fundador da Amil, em 2015
    Edson Bueno, bilionário fundador da Amil, em 2015

    Morreu nesta terça-feira (14) o empresário Edson Godoy Bueno, fundador da empresa de planos de saúde Amil, aos 73 anos.

    Ele teve um infarto fulminante enquanto jogava tênis em Búzios (RJ).

    Um dos homens mais ricos do país, Bueno vendeu 90% do capital da Amil Participações para um dos maiores grupos de saúde do mundo, a americana UnitedHealth Group, por US$ 4,9 bilhões em 2012.

    Mesmo após a operação, o empresário não abandonou o setor. Dois anos depois, assumiu, junto de sua ex-mulher, Dulce Pugliese, o controle da Dasa, maior empresa de medicina diagnóstica da América Latina. A Dasa é dona de bandeiras como Delboni Auriemo, Lavoisier, Cytolab, entre outros.

    Quem está no comando da Dasa hoje é o filho de Edson Bueno, Pedro Bueno.

    A Dasa seguiu na tendência de consolidação do setor. No último dia 20, a companhia anunciou acordo para aquisição da Salomão e Zoppi Serviços Médicos e Participações S.A., sociedade que desenvolve atividades de análises clínicas no Estado de São Paulo avaliada em R$ 600 milhões.

    Amigos do empresário relatam que ele tinha uma energia muito grande para o trabalho, apesar de ter deixado a presidência da operação brasileira da UnitedHealth no ano passado. Claudio Lottenberg, que o substitui no cargo, conta a última conversa que teve com o empresário na manhã desta segunda-feira. Eles combinavam uma viagem ao Nordeste para visitar hospitais ainda nesta semana.

    "O Edson é meu amigo há mais de 15 anos. Temos uma relação próxima e tenho um respeito muito grande pelo papel que ele exercia na saúde no país. Era inovador, empreendedor, dedicado. Sempre foi uma pessoa que se auto-desafiava. E tínhamos uma jornada conjunta nos últimos tempos, quando eu aceitei o desafio de substituí-lo", diz.

    "Ainda pretendíamos fazer muitas coisas juntos. Ele ia seguir como conselheiro consultivo. Eu pretendia que ele participasse comigo", afirma Lottenberg.

    Em nota, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, disse que perdeu uma referência de um "self-made man".

    "O Brasil perdeu um de seus grandes empresários, daquele tipo cada vez mais raro que consegue construir do nada um gerador de milhares de empregos e de riqueza para o PIB."

    De origem pobre, Bueno trabalhou como vendedor de frutas e engraxate ainda muito jovem, para ajudar a família no interior de São Paulo. Formou-se em medicina no Rio de Janeiro, mas seu talento para os negócios o levou ao empreendedorismo.

    Enquanto estudava, conseguiu emprego na Casa de Saúde São José, em Duque de Caxias, da qual se tornou sócio. Antes de se formar já era dono do hospital.

    Fundou a Amil Assistência Médica Internacional no final da década de 70.

    Tornou-se uma das pessoas mais ricas do Brasil, de acordo com o ranking da "Forbes Brasil". Na edição de 2016, ele aparece na 18ª posição na lista de bilionários brasileiros, com uma fortuna de US$ 3,1 bilhões.

    Bueno deixa mulher e dois filhos.

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