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    Guia da Micro, Pequena e Média Empresas (MPME)

    Empresas de confete e lantejoulas diversificam produtos para lucrar

    EVERTON LOPES BATISTA
    DE SÃO PAULO

    19/02/2017 02h00

    Fabricantes e importadoras de enfeites populares no Carnaval, como confete, glitter e serpentina, buscam ampliar o portfólio para sobreviver depois que a folia acaba.

    Na Estrela Festas, em São Paulo, o Carnaval representa um aumento de cerca de 15% nas vendas de serpentinas, confetes e lança-confetes.

    De acordo com Daniel Zanola, 29, proprietário da empresa, o planejamento começa quatro meses antes da folia, com base nas vendas do ano anterior e no câmbio.

    "A compra e a fabricação precisam ser inteligentes. Se eu produzir muito um produto que é típico de Carnaval, pode acabar ficando parado no estoque", diz.

    Em outras partes do ano, o faturamento é garantido por produtos como pratos e copos descartáveis para festas.

    A empresa foi fundada em 2013 com investimento inicial de quase R$ 400 mil. Hoje, diz Zanola, ela movimenta cerca de R$ 250 mil por ano.

    Para Alessandro Saade, professor do MBA em gestão da inovação da Business School São Paulo (BSP), empresas desse ramo precisam ter criatividade para inovar constantemente e diversificar os produtos que oferecem.

    "Esse mercado é muito dinâmico, com tendências e ondas temporárias. É importante ter variedade de produtos para que, quando você não vender bem um item, o conjunto de opções garanta um bom retorno", diz ele.

    Saade aconselha ainda ousar com produtos diferentes em momentos de economia aquecida. Já em tempos de recessão, é melhor apostar nos produtos mais baratos -mas sem descuidar da qualidade.

    Glitter - Carnaval

    ENGENHARIA

    A Honey, fabricante de glitter e lantejoulas que fica em São Paulo, foi fundada em 2001. Mas só teve a primeira remessa de produto pronta para a venda em 2003.

    Segundo Márcio Pires, 45, diretor da empresa, o mecanismo usado pelas máquinas para fazer o material foi mantido em segredo pelas marcas americanas até 2005. O jeito, diz ele, foi construir o próprio equipamento.

    Usando engenharia reversa, Pires e sua equipe partiram do produto final para criar a primeira máquina.

    "Foram dois anos de trabalho e investimento de dinheiro e tempo, mas sem faturamento", conta.

    Em 2005, a empresa começou a produção de lantejoulas. "O mercado é pequeno. Criamos outros enfeites para poder pagar as contas e continuar funcionando", diz.

    Pires não revela o faturamento, mas afirma que a Honey emprega 19 funcionários e em 2016 produziu cerca de 40 toneladas de enfeites, incluindo etiquetas metálicas para calças jeans.

    "No ano passado tivemos queda nas vendas, o que levou a alguns cortes. Mas em setembro o mercado reagiu e esperamos uma recuperação com o Carnaval e o retorno às aulas", afirma Pires.

    SÓ NA FOLIA

    Em Itapira, a 164 quilômetros de São Paulo, a fábrica da Abre Alas se dedica inteiramente à produção de confetes e serpentinas para a folia. Toda a produção anual é vendida somente entre os meses de novembro e março.

    "O principal cuidado que precisamos ter é com o estoque. O produto não tem prazo de validade, mas o excesso de luz e umidade pode fazer o papel desmanchar ou perder a cor", diz Vera Lúcia Lázaro Marcatti, 49, gerente de produção da empresa.

    De acordo com ela, a Abre Alas teve um crescimento de 80% desde sua fundação, há quatro anos. Apesar de manter um faturamento suficiente para funcionar o ano todo, a empresa tem planos de acrescentar novos produtos ao portfólio.

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