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    Guia da Micro, Pequena e Média Empresas (MPME)

    Máscaras e tiaras carnavalescas fazem a cabeça de lojistas

    BRUNO BENEVIDES
    DE SÃO PAULO

    19/02/2017 02h00

    Saem roupas de pirata e enfermeira, entram máscaras de políticos e tiaras de unicórnio. As lojas de fantasia apostam cada vez mais nos acessórios no lugar dos trajes completos para aumentar o faturamento no Carnaval.

    Ao longo do ano, o setor tem conseguido manter o ganho com a ascensão de outras festas, em especial o Halloween, em outubro.

    "A diversificação diminui o impacto da sazonabilidade", diz Bruno Zamith, consultor do Sebrae-SP. "O Carnaval sempre será um pico de vendas, mas é importante ter eventos todos os meses."

    Fundada em 1975 na ladeira Porto Geral, no centro de São Paulo, a Festas e Fantasias vendia roupas de Carnaval apenas na época do feriado até 1994. Atualmente, vê mais futuro nos acessórios.

    "Essa nova onda de blocos ajudou muito, as pessoas querem comprar adereços para usar", afirma o dono do local, Pierre Sfeir, 60, que diz poupar os ganhos dessa época do ano para ter dinheiro quando as vendas caem.

    "As fantasias dão um lucro maior, mas às vezes os acessórios geram mais receita, por terem muito mais saída", diz Zamith, do Sebrae-SP.

    PARCERIAS

    Na Breshow, em Pinheiros (zona oeste de São Paulo), o movimento é parecido.

    "No Carnaval, saem as peças mais simples, que vão ser usadas na rua", afirma Claudia Martelli, 52, dona da loja. Segundo ela, isso promoveu o Dia das Bruxas a melhor momento do ano para a loja. "No Halloween as pessoas investem mais na roupa."

    Ao longo do ano, Martelli faz parcerias com casas noturnas que promovem festas a fantasia. "Ofereço um desconto para o cliente e consigo manter o movimento", diz.

    "É um momento em que o mercado está bombando. É claro que Carnaval e Halloween são o auge para as vendas, mas ao longo do ano há também festas em navio e faculdades, por exemplo", afirma Alessandra Domingues, da Universo Fantasias.

    Com três unidades, a empresária aposta no contato com os clientes para buscar um diferencial -em especial na hora de escolher novos temas para as fantasias. "Se dois clientes procuram algo, eu já vou atrás, porque aquela roupa vai estourar", diz.

    Para Zamith, do Sebrae, o caminho é esse. "É preciso estudar o mercado para saber o que será tendência", diz. Ele recomenda ficar ligado na concorrência e em lançamentos da cultura pop.

    Conhecer o mercado e diversificar as vendas também foi a saída para o atacado.

    Fornecedora de penas para escolas de samba e lojas, a Plumas e Penas, de Santo André (Grande São Paulo), passou a vender pelo site para atingir um público maior, diz o sócio Stefano Volpi, 37.

    Além disso, a loja tem procurado outros setores. "Vendemos pra moda, indústria de calçados, fábrica de petecas. Estamos lançando uma linha de penas para papelarias", afirma.

    Apesar dessas mudanças, cerca de 40% do faturamento anual ainda vem na época do Carnaval.

    *

    30 mil
    plumas e penas são usadas em um desfile de escola de samba de São Paulo; a unidade custa de R$ 0,01 (galinha) a R$ 20 (faisão)

    R$ 270 milhões
    foi o total gasto por turistas no Carnaval paulistano de 2016, segundo a SP Turis, órgão de turismo da capital paulista

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