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    Vale dispara mais de 6% e faz Bolsa fechar no maior nível em quase 6 anos

    DE SÃO PAULO

    20/02/2017 18h58

    Pilar Olivares/Reuters
    Vale anuncia reorganização do controle e ações disparam mais de 6% nesta segunda
    Vale anuncia reorganização do controle e ações disparam mais de 6% nesta segunda

    As ações da Vale dispararam mais de 6% nesta segunda-feira (20) e levaram a Bolsa brasileira a fechar no maior patamar em quase seis anos, em dia de vencimento de opções sobre ações e apesar de feriado nos Estados Unidos, o que tirou referência dos investidores. O dólar encerrou o pregão praticamente estável, cotado a R$ 3,09.

    O Ibovespa, principal índice do mercado acionário, fechou em alta de 1,16%, para 68.532 pontos, maior nível desde 8 de abril de 2011. O volume financeiro do pregão foi de R$ 11,05 bilhões, acima da média diária do ano, que é de R$ 7,7 bilhões. O volume foi impulsionado pelo exercício de opções sobre ações, que movimentou R$ 5,21 bilhões.

    Sem a referência dos mercados americanos, coube aos investidores olhar para o noticiário doméstico. O principal destaque ficou com a Vale, que anunciou mudanças que a transformarão em uma companhia de controle difuso, sem acordo de acionistas e listada no Novo Mercado, segmento de regras de governança mais rígidas na Bolsa.

    As ações da companhia, ao lado da Bradespar —acionista da mineradora—, lideraram as altas do Ibovespa. Os papéis ordinários da Vale fecharam em alta de 6,93%, para R$ 36,43. As ações preferenciais subiram 6,17%, para R$ 34,24. Os papéis da Bradespar tiveram valorização de 16,62%.

    O acordo implicará na extinção das ações preferenciais, que serão trocadas por 0,93 ação ordinária. "As mudanças são positivas para a empresa, porque reduzem a ingerência política e tiram a sensação de que há um grupo de controle forte dentro de uma empresa privada", avalia Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos.

    Para ser aprovada, a proposta precisa da adesão mínima de 54% dos donos de ações preferenciais. Ao final da operação, os acionistas da Valepar deverão deter participação acionária inferior a 50% do capital social.

    "O acordo traz boas perspectivas quanto ao atual nível de precificação da companhia, que negocia com desconto frente a companhias similares, devido, em grande medida, aos riscos de interferência política ao qual a companhia está exposta no modelo atual de governança, os quais, com a inserção da nova proposta, seriam bastante dirimidos", avalia em relatório Samuel Torres, analista da Spinelli Corretora.

    As ações da Petrobras aproveitaram a alta do petróleo no exterior e subiram cerca de 2%. Os papéis ordinários avançaram 2,15%, para R$ 17,08. As ações preferenciais da estatal subiram 1,99%, para R$ 15,92.

    Fora do Ibovespa, os papéis da Gol fecharam em alta de 9,22%, no décimo dia seguido de valorização. No ano, as ações acumulam ganho de 109,7%. Na sexta-feira, a empresa anunciou que viu seu prejuízo cair para R$ 30,2 milhões no quarto trimestre do ano passado. No mesmo período de 2015, o resultado negativo era de R$ 1,13 bilhão.

    No setor financeiro, as ações de bancos subiram —com exceção das units do Santander Brasil, que caíram 0,72%. As ações do Itaú Unibanco subiram 0,47%, os papéis preferenciais do Bradesco avançaram 0,40% e os ordinários, 0,38%. As ações do Banco do Brasil subiram 1,61%, no sétimo pregão de alta.

    DÓLAR

    Com liquidez menor por causa do feriado nos EUA, o dólar fechou praticamente estável, cotado a R$ 3,09.

    O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve queda de 0,12%, para R$ 3,090. O dólar comercial recuou 0,09%, também para R$ 3,090.

    O Banco Central fez mais um leilão e vendeu a oferta total de até 6.000 contratos de swaps tradicionais —equivalentes à venda de dólares no mercado futuro— para rolar o volume que vence em março. A operação totalizou US$ 300 milhões. A expectativa é que o BC role apenas parcialmente os contratos com esse vencimento, faltando US$ 5,454 bilhões do total.

    Sem referência externa, o dólar ficou sem uma direção definida no exterior. Das 31 principais divisas mundiais, a moeda americana fechou em queda ante 15.

    "Não dá para mensurar para onde o dólar vai. O mercado fica a mercê de uma operação grande para definir uma tendência", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

    Em semana de definição da taxa básica de juros da economia e com a maioria dos economistas aguardando um corte de 0,75 ponto percentual, levando a Selic a 12,25% ao ano, os contratos de juros futuros fecharam em baixa.

    O contrato com vencimento em abril de 2017 recuou de 12,200% para 12,169%. O DI com vencimento em janeiro de 2018 caiu de 10,565% para 10,530%. O contrato com vencimento em janeiro de 2021 encerrou estável em 10,270%.

    O CDS (credit default swap) de cinco anos brasileiro, espécie de seguro contra calote e termômetro de risco, subiu 0,07%, para 231,389 pontos, na quinta alta seguida.

    Folhainvest

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