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    'Não queremos medidas populistas, mas populares', diz Temer

    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    21/02/2017 13h14

    Em uma crítica indireta à sua antecessora Dilma Rousseff, o presidente Michel Temer disse nesta terça-feira (21) que o governo federal não pretende adotar "medidas populistas" que tenham resultados imediatos.

    No encontro com a comissão especial da reforma previdenciária, realizado no Palácio do Planalto, ele ressaltou que o objetivo é implementar matérias populares que possam ser reconhecidas mais tarde.

    A declaração foi feita quando o presidente citava a redução da taxa de juros no país, que, segundo ele, tem apresentado um movimento de queda responsável.

    Com baixa aprovação popular, o peemedebista tem estudado um novo pacote de medidas econômicas que ajude a melhorar a avaliação do governo federal ainda no primeiro semestre deste ano.

    Elas incluem, por exemplo, reajuste do Bolsa Família e ampliação da faixa salarial de isenção de Imposto de Renda. As iniciativas enfrentam, contudo, resistência na equipe econômica.

    "Ninguém está fazendo nenhum movimento populista dos juros, mas populares. As medidas populistas querem resultados imediatos e queremos matérias populares que possam ser reconhecidas mais tarde", disse.

    Em discurso, ele reconheceu que a reforma trabalhista é uma matéria que gera "inúmeras discussões", mas que é necessário "arrumar a casa" para que não ocorra um "desastre no setor previdenciário" no futuro.

    Ele criticou a presença no debate sobre a aposentadoria do que chamou de dados "equivocados" e "não verdadeiros" sobre as mudanças no pagamento das aposentadorias, como a exigência de que se contribua 49 anos para se aposentar.

    "Se fizer 25 anos de contribuição e 65 anos de idade, você parte de 76% da aposentadoria. Se começou com 20 anos e contribuiu 45 anos, tem 96% da aposentadoria", disse.

    Segundo ele, se não for feita a reforma previdenciária, programas sociais como Fies, Minha Casa, Minha Vida e Bolsa Família não terão condições de serem mantidos no futuro.

    O peemedebista ressaltou ainda que não acredita que a reforma trabalhista enfrentará dificuldades para ser aprovada no Congresso Nacional até o final deste semestre.

    "Eu penso que até no tópico da modernização trabalhista será razoavelmente fácil ou menos dificultoso a sua aprovação pelo Congresso Nacional", disse.

    Em discurso, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o Brasil "se cansou de medidas precipitadas" e que, segundo ele, apresentam recuos. "As medidas de agora estão aqui para ficar", disse.

    RIO

    O presidente elogiou a aprovação pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro de projeto de lei que permite a privatização da Cedae (Companhia Estadual e Água e Esgoto).

    Segundo ele, a iniciativa "entusiasma" e "serve de exemplo" para que o Congresso Nacional aprove o programa de recuperação fiscal para o Rio de Janeiro, que prevê medidas que totalizam R$ 62,4 bilhões para cobrir o rombo nas contas estaduais.

    A aprovação da privatização desencadeou manifestação no centro da capital fluminense na segunda-feira (20), na qual vinte manifestantes acabaram detidos pela polícia militar.

    "A Assembleia Legislativa permitiu a venda da Cedae, o que nos entusiasma na área federal a tentar aprovar um projeto que chegará ao Congresso Nacional. Só poderemos auxiliar as unidades federativas com as contrapartidas", disse.

    O rombo nas contas estaduais é estimado em R$ 26 bilhões para este ano. O pacote de socorro financeiro prevê um aumento de impostos de R$ 1,2 bilhão, corte de despesas da ordem de R$ 9 bilhões e ganhos de R$ 3,2 bilhões com o aumento da contribuição previdenciária.

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