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    Empresário vira sócio do grupo português Pharol, acionista da Oi

    JULIO WIZIACK
    DE BRASÍLIA

    24/02/2017 02h00

    Leo Pinheiro - 13.out.2005/Valor Economico
    Rio de Janeiro - 13/10/2005 - Empresas Nelson Tanure, Empresario da Apvar e Presidente do Jornal do Brasil. Assembleia de Credores da Varig. Foto: Leo Pinheiro/Valor Economico ***FOTO DE USO EXCLUSIVO FOLHAPRESS*** ORG XMIT: AGEN1103030110388982
    O empresário Nelson Tanure, dono do fundo Société Mondiale

    O empresário Nelson Tanure, dono do fundo Société Mondiale, tornou-se sócio do grupo português Pharol, principal acionista da Oi, a tele brasileira que está em recuperação judicial com uma dívida de R$ 65,4 bilhões.

    A informação foi confirmada à Folha por representantes do fundo e não foi negada pela Pharol.

    Até o momento, existe o compromisso de que Tanure atinja 2% das ações do grupo português comprando os papéis diretamente em Portugal, onde a companhia tem suas ações negociadas.

    Os valores da transação não foram revelados, mas quem acompanha o negócio afirma que o limite de 2% está prestes a ser atingido.

    O presidente da Pharol, Luiz Palha, afirmou que não saberia informar se Tanure adquiriu os papéis. "Nossa empresa tem ações em Bolsa de Valores e qualquer investidor pode adquiri-las."

    Ainda segundo representantes do Société Mondiale, Tanure fechou o negócio com a Pharol como "uma sinalização de boas intenções" aos portugueses, que, em troca, abririam espaço para que dois indicados do fundo assumissem assentos no conselho de administração da Oi.

    O presidente da Pharol não negou essa informação.

    IMBRÓGLIO

    Em julho do ano passado, o Société Mondiale, fundo ligado a Tanure, se aliou a diversos investidores da Oi para formar um grupo capaz de tomar assentos no conselho da empresa e, depois, convocar uma assembleia-geral para destituir os portugueses da Pharol, que, então, detinham a maioria do conselho e a gestão da companhia.

    Tanure considera que a Pharol, antiga Portugal Telecom, foi a grande responsável pelo fracasso financeiro da operadora brasileira.

    Como revelou a Folha na ocasião, o brasileiro e seu grupo já estariam próximos de 18% das ações da tele, mesmo peso da Pharol, que, apesar de ter cerca de 27% das ações, só pode votar com 15% nas assembleias.

    A disputa acabou dificultando tanto as negociações da Oi com seus credores que exigiu que o juiz da 7ª Vara Empresarial do Rio, onde tramita o processo de recuperação da tele, determinasse um acordo entre as partes.

    O acordo foi fechado, aprovado pela Justiça e enviado à Anatel, que, no início deste ano, concedeu anuência para a entrada dos conselheiros de Tanure no conselho da Oi sob a condição de que um fiscal da agência reguladora participe das reuniões.

    Na época, não foi revelada a operação de compra de ações da Pharol pela Société Mondiale, que foi determinante para o acordo.

    No mercado, surgiram rumores de que a Pharol estaria também negociando suas ações da Oi com Tanure. Ambos negam veementemente essa negociação.

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