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    Servidores públicos podem dar lugar a robôs, diz estudo

    DIOGO BERCITO
    DE MADRI

    26/02/2017 02h00

    Máquinas poderão substituir quase 250 mil funcionários públicos no Reino Unido durante os próximos 15 anos, segundo um relatório publicado neste mês por um instituto liberal de pesquisa.

    O texto da organização Reform sugere que a burocracia no futuro precisará ser azeitada por atendimentos automáticos e robôs, gerando uma economia anual de mais de R$ 16 bilhões. Setores como polícia, educação e saúde seriam afetados.

    A perspectiva preocupa, por outro lado, os sindicatos, que enxergam nessa proposta um cenário distópico com menos empregos e direitos trabalhistas mais mirrados.

    O estudo, de 90 páginas, sugere que a administração britânica é pouco produtiva e que será inviável mantê-la.

    "Acreditamos que o setor público vai mudar porque precisa", disse à Folha Emilie Sundorph, coautora da pesquisa. "Não há dinheiro suficiente para sustentar o modo com que funciona."

    "Haverá resistência e medo pela perda de postos e isso precisa ser levado em conta de uma maneira sensível. Mas a população também está interessada em serviços que funcionem bem."

    Ela cita o exemplo dos procedimentos automatizados para a emissão de passaportes. Usuários recebem atualizações do processo diretamente e, assim, não precisam telefonar com frequência para pedir informações.

    A automatização será especialmente relevante em tarefas cognitivas, como a identificação de padrões e a organização de processos, segundo dados do estudo. Por exemplo, secretários.

    O Reform não sugere que todos o funcionalismo seja trocado por robôs. Haverá sempre, de acordo com o setor, uma parte necessária do pessoal com carne e osso.

    Uma das razões é a população que não está acostumada a lidar com tecnologias, como os mais idosos.

    Mas mesmo tarefas mais delicadas, como alguns procedimentos feitos por enfermeiras e médicos, podem ser substituídas pela tecnologia, segundo o texto do Reform.

    SINDICATOS

    Para Matt Dykes, relações públicas do TUC (Congresso de Sindicatos), o relatório sobre a automatização do setor público é o resultado de uma "pobre pesquisa".

    O TUC é uma congregação nacional de sindicatos britânicos, com 51 afiliados e 5,8 milhões de membros.

    Dykes reconhece que a tecnologia terá um papel para melhorar a produtividade do setor público, mas afirma que as propostas do instituto podem tornar os postos de trabalho mais precários.

    "É uma má ideia para trabalhadores, famílias e contribuintes", afirmou.

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