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    Bolsa segue otimismo externo e sobe; dólar volta a ficar abaixo de R$ 3,10

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    01/03/2017 18h30

    O otimismo dominou os mercados globais nesta quarta-feira (1), após discurso mais moderado do presidente americano Donald Trump ao Congresso, realizado na véspera.

    Os índices acionários americanos fecharem em forte alta, e o índice Dow Jones superou os 21 mil pontos pela primeira vez na história. O Dow Jones terminou o pregão com valorização de 1,46%, aos 21.115,55 pontos. O índice S&P 500 ganhou 1,36%, aos 2.395,82 pontos, e o índice de tecnologia Nasdaq, +1,35%, com 5.904 pontos.

    Em tom mais moderado, Trump reiterou que pretende impulsionar a economia dos Estados Unidos com um alívio fiscal "maciço" para a classe média. Ele pediu ainda aos congressistas que aprovem uma legislação que permita investimentos de US$ 1 trilhão em infraestrutura, financiados tanto por recursos públicos quanto por privados, "criando milhões de novos empregos".

    As Bolsas europeias também encerraram a sessão com ganhos de aproximadamente 2%, com as expectativas de que um maior crescimento econômico americano impulsione o restante do mundo.

    Em uma sessão de poucos negócios por causa da volta do feriado de Carnaval, o Ibovespa seguiu o cenário externo e fechou em alta de 0,49%, aos 66.988,88 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,2 bilhões.

    O índice foi impulsionado principalmente pelas ações da Petrobras, que ganharam 2,23% (PN) e 2,94% (ON). Os papéis da Vale subiram 1,14% (PNA) e 1,37% (ON).

    O setor financeiro teve desempenho misto: Itaú Unibanco PN caiu 0,14%; Bradesco PN, -0,89%; Bradesco ON, -2,23%; Banco do Brasil ON, +1,51%; e Santander unit, +0,40%.

    Para o analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos, os ganhos do Ibovespa foram limitados pelas preocupações com o cenário político. O empreiteiro Marcelo Odebrecht depôs nesta quarta-feira, em Curitiba, como testemunha na ação de cassação da chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014.

    "A percepção de que a aprovação da reforma da Previdência no Congresso não será tão fácil como se esperava também inibe os negócios", afirma Suzaki.

    CÂMBIO E JUROS

    O dólar subiu frente à maior parte das moedas, com as apostas de altas dos juros americanos em março depois do discurso de Trump. Contribuíram para o movimento declarações de dirigentes do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) sinalizando o aumento dos juros neste mês.

    Porém, a moeda americana acabou cedendo ante o real e voltou a ficar abaixo de R$ 3,10.

    O dólar comercial recuou 0,61%, a R$ 3,0950; o dólar à vista, que encerra a sessão mais cedo, fechou em leve alta de 0,06%, a R$ 3,0973.

    Durval Correa, diretor da mesa de câmbio da corretora MultiMoney, avalia que a cotação da moeda americana foi influenciada pela baixa liquidez e por uma forte pressão vendedora nesta sessão.

    O dólar subiu mais de 1% na sexta-feira, na véspera de feriado de carnaval, e agora devolveu parte desses ganhos.

    No mercado de juros futuros, as taxas recuaram, reagindo à perspectiva de queda maior da taxa básica de juros (Selic) e da inflação ao final deste ano.

    Conforme o Boletim Focus, do Banco Central, a perspectiva de economistas para a Selic no fim de 2017 foi reduzida de 9,5% para 9,25%.

    A projeção de inflação também caiu. Os profissionais consultados pelo BC esperam agora uma alta do IPCA de 4,36% este ano, 0,07 ponto percentual a menos do que no levantamento anterior.

    No mercado de juros futuros, investidores buscam proteção contra flutuações dos juros negociando contratos para diferentes vencimentos na BM&FBovespa.

    Os investidores aguardam a divulgação, nesta quinta-feira (2), da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, que reduziu a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual, para 12,25% ao ano.

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