• Mercado

    Saturday, 27-Apr-2024 16:39:07 -03

    Terceirização interessa a 41% dos pequenos empresários, diz Sebrae

    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    04/03/2017 02h00

    AFP
    O Chery chinês é o modelo mais importado pelo governo da Venezuela para ser usado como táxi
    Pesquisa do Sebrae mostra que pequeno empresário vê oportunidade com liberação de terceirização

    O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) realizou pesquisa segundo a qual 41% dos donos de pequenos negócios manifestam interesse em assumir áreas que podem ser terceirizadas por médias e grandes empresas.

    A entidade, que é favorável ao projeto da Câmara que regulamenta a terceirização no país, ouviu mais de 6.000 micro e pequenos empreendedores.

    Dos entrevistados, 37% disseram não ver oportunidade de novos negócios com a liberação geral das terceirizações.

    A pesquisa também mostra que 51,6% dos entrevistados que têm empregados não pretendem terceirizar suas atividades.

    A Câmara pretende votar ainda em março projeto que libera empresas para terceirizar qualquer setor de sua atividade, inclusive a principal, o que hoje é vedado por jurisprudência do TST.

    Os deputados irão desengavetar projeto de 1998, já aprovado pelo Senado em 2002, e que só depende de uma nova votação no plenário da Casa para ir à sanção do presidente Michel Temer.

    Presidente do Sebrae, o empresário Guilherme Afif Domingos disse não ver problema no fato de a Câmara regular um tema sem aval da maioria da atual composição do Senado –só 12 dos atuais senadores estavam no exercício do mandato em 2002, data em que a Casa analisou o tema.

    "Deixa passar, depois o que vai acontecer é que o Senado pode tomar a iniciativa de uma nova legislação."

    NA CASA

    Há ainda um projeto mais recente sobre o tema, aprovado pela Câmara em 2015, que traz mais salvaguardas aos trabalhadores terceirizados.

    "Aquele não anda, aquilo está travado, está na mão do Paulo Paim [senador pelo PT-RS], aí tem toda aquela discussão sindical", diz Afif.

    Paim, que relata o projeto de 2015 no Senado, diz que irá à Justiça contra a tentativa da Câmara de votar outro projeto sobre o tema.

    Para o presidente do Sebrae, é preciso uma liberação "ampla, geral e irrestrita" das terceirizações.

    -

    NOVOS RUMOS

    Câmara pretende votar em breve projeto de terceirização

    REGRAS GERAIS DA TERCEIRIZAÇÃO

    Como é hoje
    Não há lei. Jurisprudência do TST indica vedação à terceirização da principal atividade da empresa (atividade-fim). Permite a contratação para atividades-meio (de apoio)

    Projeto de 2015 (aprovado pela Câmara e que está em análise no Senado)
    Permite que seja transferida para outras empresas a execução de qualquer atividade da empresa-mãe, mediante uma série de exigências

    Projeto que a Câmara quer votar nas próximas semanas
    Permite a terceirização de todas as atividades, sem a maioria das regras de proteção ao trabalhador aprovadas em 2015

    NOVOS RUMOS Vedações à terceirização

    VEDAÇÕES À TERCEIRIZAÇÃO

    Como é hoje
    Como não há lei, no caso atual não se aplica

    Projeto de 2015 (aprovado pela Câmara e que está em análise no Senado)
    Veda situações como a contração de funcionário que trabalhou na empresa-mãe nos últimos 12 meses. Pelo projeto, a empresa-mãe deve fiscalizar se a contratada está cumprindo obrigações trabalhistas e previdenciárias

    Projeto que a Câmara quer votar nas próximas semanas
    A empresa-mãe deve garantir, por exemplo, em sua dependência, condições de segurança para trabalhadores da contratada

    NOVOS RUMOS Responsabilidade por débitos trabalhistas e previdenciários

    RESPONSABILIDADE POR DÉBITOS TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIOS

    Como é hoje
    A empresa-mãe responde, de forma subsidiária, apenas se fracassar a cobrança da contratada

    Projeto de 2015 (aprovado pela Câmara e que está em análise no Senado)
    A empresa-mãe e a contratada respondem de forma solidária, ou seja, o trabalhador lesado pode reclamar seus direitos trabalhista e previdenciário das duas ao mesmo tempo

    Projeto que a Câmara quer votar nas próximas semanas
    A empresa-mãe responde, de forma subsidiária, apenas se fracassar a cobrança da contratada

    NOVOS RUMOS Anistia a débitos, penalidades e multas

    ANISTIA A DÉBITOS, PENALIDADES E MULTAS

    Como é hoje
    Não há previsão de anistia de débitos, penalidades e multas pela legislação que está em vigor neste momento

    Projeto de 2015 (aprovado pela Câmara e que está em análise no Senado)
    O texto que foi aprovado pelos deputados federais dois anos atrás e que está em análise desde então no Senado Federal também não prevê anistia

    Projeto que a Câmara quer votar nas próximas semanas
    Ficam anistiadas a empresa-mãe e a contratada de punições pela legislação atual que não sejam compatíveis com a nova lei

    NOVOS RUMOS Terceirização da atividade-fim da empresa

    TERCEIRIZAÇÃO DA ATIVIDADE-FIM DA EMPRESA

    Como é hoje
    Atualmente não é possível a terceirização da principal atividade da empresa. Nesse caso, por exemplo, uma montadora de veículos não pode terceirizar a sua linha de montagem, mas pode fazer isso com o seu serviço de copa

    Projeto de 2015 (aprovado pela Câmara e que está em análise no Senado)
    Abriu a possibilidade

    Projeto que a Câmara quer votar nas próximas semanas
    O projeto dá a possibilidade de uma companhia contratar outra que execute a sua atividade principal

    Projeto aprovado pela Câmara em 2015 e que está em análise no Senado
    Conforme parecer do deputado Laércio Oliveira (SD-SE) na comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que é a última movimentação legislativa do projeto

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024