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    Eleição nos EUA alimenta avanço de assinatura de jornais

    DE SÃO PAULO

    07/03/2017 02h00

    Olivier Douliery/CNP/Zumapress/Xinhua
    (170224) -- MARYLAND, febrero 24, 2017 (Xinhua) -- El presidente de Estados Unidos de América, Donald Trump, pronuncia un discurso durante su participación en la Conferencia anual de Acción Política Conservadora (CPAC, por sus siglas en inglés), en National Harbor, estado de Maryland, Estados Unidos de América, el 24 de febrero de 2017. (Xinhua/Olivier Douliery/CNP/ZUMAPRESS) (jg) (fnc)
    Presidente americano Donald Trump

    O chamado "Trump bump", o impacto positivo da cobertura do novo presidente para o jornalismo nos Estados Unidos, não se restringe ao "New York Times ".

    Levantamento do consultor e analista de mídia Ken Doctor mostra que efeito semelhante foi observado em outros veículos de alcance nacional e global, como o "Washington Post" e o "Financial Times", e até em alguns regionais, como o "Boston Globe", que, assim como o "New York Times", têm sistemas de assinatura digital,.

    Também os que adotaram um processo diverso de financiamento, não para assinantes, mas para membros, que dão suporte voluntário, registraram saltos –casos do "Guardian" e dos sites "Slate" e "Voice of San Diego".

    Revistas como a "New Yorker" e a "Atlantic" também tiveram números positivos.

    O consultor sublinha que, embora a campanha e a eleição de Donald Trump em novembro tenham marcado o avanço, seja pelo temor dos leitores por um desastre, seja pelo simples desejo de informações acuradas, ele só foi possível para os veículos que estavam preparados.

    Em primeiro lugar, segundo Doctor, eles se mostraram capazes de produzir "notícia e análise diferenciada o bastante para capturar a atenção e a imaginação dos leitores".

    Segundo, "ergueram um alicerce de negócios", casos do "paywall" (limite de matérias disponíveis para quem não é assinante ler de graça, como o adotado pela Folha), e dos "sistemas cada vez mais sofisticados de análise".

    SEM PRECEDENTE

    Doctor afirma que o "New York Times", que anunciou há um mês ter chegado pela primeira vez à marca de 3 milhões de assinaturas (somando impresso e digital), "iluminou o caminho a seguir".

    Nos seis meses até março, o jornal terá acrescentado 500 mil novas assinaturas, "fato sem precedente na história americana".

    O "Washington Post", administrado por Jeff Bezos, fundador e presidente-executivo da Amazon, acaba de alcançar pela primeira vez a marca de 300 mil assinaturas digitais, destaca o consultor. E o "Boston Globe", o mais bem-sucedido dos jornais regionais no país, chegou a 80 mil assinaturas digitais.

    A "New Yorker", que vem ganhando assinaturas a um ritmo mensal 300% maior do que no último ano, passou a marca de 1 milhão na soma de edições impressa e digital.

    A "Slate", uma das primeiras experiências com jornalismo só pela internet, com 21 anos, chegou a 33 mil membros, ante os 18 mil que tinha até a eleição de Trump.

    Doctor conclui que "o maior fluxo de dólares com assinaturas representa uma grande mudança no financiamento do jornalismo, menos dependente da publicidade" –e da disputa por ela "contra Google e Facebook".

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