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    Lançamentos de imóveis em São Paulo caem 23% em 2016 com demanda fraca

    ANAÏS FERNANDES
    DE SÃO PAULO

    14/03/2017 11h11

    O lançamento de imóveis residenciais na cidade de São Paulo caiu 23,3% em 2016 na comparação com o ano anterior, de acordo com dados do Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário) divulgados nesta terça-feira (14).

    Foi o segundo ano consecutivo de forte retração nos lançamentos. Em 2015, porém, o tombo foi maior, de 32,4% ante 2014.

    Com demanda baixa e estoque alto, as construtoras seguraram os novos empreendimentos. Foram 17,6 mil unidades lançadas em 2016 —contra 23 mil no ano anterior—, o menor patamar desde 2004, início da série histórica atual do Secovi.

    Os lançamentos se concentraram na tipologia tida como mais "segura" pelo mercado: apartamentos de dois quartos entre R$ 225 mil e R$ 500 mil.

    O preço dos imóveis lançados permaneceu praticamente estável entre 2015 e 2016, com o metro quadrado custando, em média, R$ 8.800. "Para 2017, prevemos um crescimento de 5% a 10% nesse valor, dependendo da unidade", diz Emilio Kallas, vice-presidente de incorporação e terrenos urbanos do Secovi..

    A venda de imóveis novos na capital paulista também recuou drasticamente em 2016 (20%), com 16 mil unidades comercializadas, o menor volume da série histórica.

    "O ano passado foi o pior do nosso setor, nos últimos 12 anos pelo menos", diz Kallas.

    A cidade fechou o ano com 24 mil unidades novas em oferta. Para zerar esse estoque, o Secovi calcula que seriam necessários 19 meses.

    O VGV (Valor Global de Vendas) —que soma o valor potencial de venda de todas as unidades de um empreendimento que será lançado— passou de R$ 10,5 bilhões em 2015 para R$ 8,6 bilhões em 2016, uma queda de 18%.

    "As unidades foram reduzidas, e, assim, comercializadas mais baratas. Foi uma adequação do mercado, que diminuiu o tamanho dos imóveis mirando um comprando com um ticket médio menor", explica Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi. Segundo ele, devem faltar imóveis maiores na cidade nos próximos anos.

    Para Flavio Amary, presidente da entidade, inflação e taxa de juros em queda podem ajudar o setor a se recuperar gradualmente a partir de 2017.

    Setor de imóveis - Residenciais na cidade de São Paulo, em mil unidades

    GRANDE SP

    Na região metropolitana de São Paulo (exceto a capital), a queda nos lançamentos em 2016 foi ainda maior, de 40,5% sobre o ano anterior.

    Em relação às vendas, foram comercializadas 9 mil unidades, uma variação negativa de 31% na comparação com 2015.

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