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    Guia da Micro, Pequena e Média Empresas (MPME)

    Setor de aluguel de artigos de luxo planeja investimentos

    KARINA CRAVEIRO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    19/03/2017 02h00

    Avener Prado/Folhapress
    Thiago Alvarez, presidente da T2A, que aluga Mustang, Dodge Charger e MG, entre outros
    Thiago Alvarez, presidente da T2A, que aluga Mustang, Dodge Charger e MG, entre outros

    Bolsa, roupa, lancha, carro. Se não dá para comprar, dá para alugar. A locação de itens de luxo permite ao consumidor viver "dia de bacana" sem esbanjar, o que empresários do meio chamam de "ostentação consciente".

    Pequenos e médios desse setor planejam investimentos em produtos, logística e tecnologia neste ano.

    A administradora Anna Lugli, 25, fez um plano de negócios, contratou uma plataforma de e-commerce e buscou consultoria para abrir a I Bag You, de aluguel de bolsas de luxo, há duas semanas. São 30 peças, entre itens que eram dela e outros novos. Um modelo Chanel, que vale mais de R$ 15 mil, é alugado por dois dias a R$ 400.

    "As pessoas não querem ter, querem viver uma experiência. Vamos fazer três lançamentos no site por semana e chegar a 70 bolsas até junho. A previsão é alugar 25 por fim de semana", prevê.

    Entre seus concorrentes está a Bo Bag, inaugurada em 2010 por Isabel Teixeira, 35. Com R$ 50 mil, a profissional de marketing começou a empresa ao colocar dez acessórios de seu próprio closet para locação, sete anos atrás. Deu certo. Na comparação entre 2016 e 2015, a receita cresceu 134%. O próximo aporte previsto, de R$ 300 mil a R$ 500 mil, ampliará o estoque com mais 170 bolsas.

    "É preciso ter paciência e resiliência. O negócio não vai para frente sem investimento em tecnologia."

    As empresárias Bárbara Diniz Almeida, 31, e Mariana Penazzo, 30, donas da Dress & Go, faturaram R$ 8 milhões, no ano passado. O crescimento foi de 200% na comparação de 2016 com 2015.

    A loja, de aluguel de vestidos de festa assinados, funciona por e-commerce e tem um espaço físico na capital. A caminhada, desde 2013, incluiu uma "evangelização" das clientes. "É um mercado arriscado e com fortes barreiras de entrada, por conta da logística complexa. Mudamos muita coisa, aprendemos. As pessoas, antes, viam o aluguel como um tabu. Hoje, veem como um closet inteligente", afirma Bárbara.

    "A cliente que gastava entre R$ 2.000 e R$ 7.000 para comprar um vestido e usá-lo uma vez, agora aluga por R$ 200 ou R$ 500. É uma tendência mundial", diz Mariana.

    O empresário Thiago Alvarez, 30, entrou no mercado de carros de luxo em 2011. Começou alugando para eventos, festas, casamentos e comerciais. São seis carros: Ford Mustang, Chevrolet Camaro SS, Dodge Challenger SRT, Porsche Boxster S, Ferrrai 430 e Corvette C6.

    Ele notou uma demanda de locação diária, e hoje realiza o sonho de quem quer estar a bordo de uma Ferrari ou de outro superesportivo.

    Segundo Alvarez, neste ano a procura aumentou para o final de semana. "Quero investir mais R$ 2 milhões e comprar dez carros esportivos no segundo semestre."

    Para Marcus Quintella, coordenador do MBA executivo em administração da FGV, esse movimento na locação de luxo é uma tendência da manutenção do status sem investimento. "A crise faz bem de alertar as pessoas em relação ao consumo. Até a classe A está está preocupada", diz.

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