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    Bolsa cai 2,8% com commodities e mau humor interno; dólar sobe a R$ 3,08

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    21/03/2017 13h39

    Joel Silva / Folhapress
    Ações de Petrobras, Vale e bancos apresentam forte queda nesta sessão

    O Ibovespa, que já operava desde cedo em baixa, ampliou as quedas com a virada da Bolsa de Nova York para o terreno negativo. O principal índice da Bolsa brasileira recuava há pouco 2,82%, aos 63.048,80 pontos.

    A queda do minério de ferro e do petróleo pressionava os papéis de Vale e Petrobras, respectivamente.

    Vale PNA recuava 6,29% e Vale ON, -6,60%. As ações PN da Bradespar, acionista da mineradora, lideravam as quedas do índice, com -7,47%

    As ações da Petrobras perdiam 4,11% e 4,01% (ON). A estatal de petróleo divulga seu balanço do quarto trimestre nesta terça-feira, após o fechamento do mercado.

    No setor financeiro, Itaú Unibanco PN, -3,23%; Bradesco PN, -3,49%; Banco do Brasil ON, -1,83%; e Santander unit, -2,49%.

    "Já havia um mal-estar no cenário doméstico por causa de um eventual aumento de impostos, das dificuldades na aprovação da reforma da Previdência e das consequências da Operação Carne Fraca para o mercado brasileiro", afirma Pedro Galdi, analista da Upside Investor.

    A equipe econômica do governo deve divulgar nesta quarta-feira (22) sua programação orçamentária para este ano, e os temores dos investidores estão relacionados a um possível aumento de impostos. "Se isso mesmo ocorrer, vai acabar atrasando ainda mais a recuperação da economia", diz Galdi.

    Segundo ele, a queda das commodities e a baixa dos índices acionários em Nova York pioraram o humor dos investidores.

    Em Wall Street, o índice S&P 500 perdia 0,77%; o Dow Jones, -0,72%; e o índice de tecnologia Nasdaq, -1,11%. As ações de bancos apareciam entre as maiores desvalorizações, após surgirem no mercado dúvidas sobre a velocidade com que o presidente Donald Trump implementará as políticas pró-crescimento, entre elas reduções de impostos e aumento de gastos públicos.

    Analistas ressaltam que tanto na Bovespa quanto em Nova York os índices apresentam ganhos no ano, e investidores aproveitam também para embolsar os lucros recentes.

    Na Bolsa brasileira, está havendo forte saída de investidores estrangeiros. Somente neste mês, até o dia 17, houve a saída de R$ 2,829 bilhões de capital externo da Bovespa.

    Na Europa, as Bolsas também inverteram o sinal e passaram a cair, pressionadas pelas commodities.

    CÂMBIO E JUROS

    A piora no humor doméstico afetou ainda o mercado de câmbio. O dólar chegou a cair mais cedo, mas passou a subir. A moeda americana à vista avançava há pouco 0,23%, a R$ 3,0850.

    No exterior, porém, o dólar perdia para a maior parte das moedas.

    Pela manhã, o Banco Central rolou mais 10 mil contratos de swap cambial que vencem em abril. A operação, equivalente à venda futura de dólares, totalizou US$ 500 milhões.

    Os juros futuros negociados na BM&FBovespa, no entanto, operavam em baixa.

    O CDS (credit default swap) brasileiro de cinco anos, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, subia 0,70%, aos 231 pontos, após avançar quase 8% na véspera com o aumento da percepção de risco.

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