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    operação carne fraca

    Kátia Abreu acusa Serraglio de pressão em prol de envolvido na Carne Fraca

    DÉBORA ÁLVARES
    DE BRASÍLIA

    21/03/2017 18h06 - Atualizado às 21h29

    Alan Marques/Folhapress
    Ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu, em fevereiro de 2015
    Ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu, em fevereiro de 2015

    A senadora Kátia Abreu disse na tarde desta terça-feira (21) ter sido pressionada, quando ministra da Agricultura, pelo ministro da Justiça, Osmar Serraglio, à época deputado federal pelo PMDB do Paraná, a nomear e manter na pasta Daniel Gonçalves Filho, apontado pela Polícia Federal na Operação Carne Fraca como um dos articuladores do esquema investigado.

    A indicação para o cargo de superintendente do Ministério da Agricultura, conforme Kátia, caberia à bancada do Paraná no Senado. Contudo, o senador Roberto Requião (PMDB) abriu mão disso. "Inclusive, sugeri à Kátia que nomeasse um nome técnico", disse o peemedebista.

    Além de Serraglio, Kátia afirma que a pressão foi feita em conjunto com outro deputado, Sérgio Souza (PMDB-PR). Segundo ela e Requião, Souza e Serraglio ainda mantêm forte influência sobre o ministério e o funcionamento de frigoríficos do Paraná.

    OPERAÇÃO CARNE FRACA
    PF deflagra ação em grandes frigoríficos

    Conforme explicou a agora senadora, Daniel cometeu uma série de desvios de conduta enquanto esteve no cargo. A gota d'água teria ocorrido quando absolveu, sem poder, um servidor que estava sendo punido pela corregedoria do Ministério da Agricultura, por roubar combustível.

    Nesse momento, a senadora disse ter decidido afastar Daniel Gonçalves. "Aí o mundo veio abaixo". Ela diz ter sofrido pressão dos então deputados para mantê-lo no cargo, mas optou pelo afastamento.

    "Esse cidadão que foi nomeado tinha processos administrativos no ministério. E eu nunca vi, em todo esse período em que lá estive, e nunca tive notícias de uma pressão tão forte para tirar esse bandido de lá. São dois deputados desse partido, mas insistiram para que a lei não fosse cumprida ao ponto de eu ter que ligar para a presidente Dilma e dizer a minha decisão de demitir e as consequências políticas que eu ia arcar", disse a senadora na tarde desta terça em pronunciamento do plenário do Senado.

    Procurado, o ministro Osmar Serraglio retornou aos questionamentos da reportagem até a publicação desta reportagem.

    Em nota enviada por sua assessoria de imprensa, Sérgio Souza chamou de "infundadas" as notícias veiculadas nos últimos dias, que afirmam haver relação entre ele e Gonçalves e que o deputado tem interferência sobre indicações no ministério.

    "A pessoa de Daniel Gonçalves foi indicado pela bancada do PMDB do Paraná", disse o parlamentar, que completou: "Por se tratar de mera indicação, compete ao ministro(a) da Agricultura efetuar ou não a nomeação".

    Negou ainda ter pressionado a senadora Kátia Abreu. "Quem conhece a ministra [Kátia comandava a Agricultura à época] sabe que ela não é de aceitar e muito menos ceder às pressões", disse e ainda retrucou: "Aliás, é necessário esclarecer que a então ministra Kátia Abreu foi quem pressionou para votar contra o impeachment da ex-presidente Dilma".

    vídeo operação Carne Fraca

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