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    Negociação para reativar o 'Jornal do Brasil' é interrompida

    FABIO VICTOR
    DE SÃO PAULO

    21/03/2017 18h23

    Rafael Andrade - 4.jul.11/Folhapress
    RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL, 04-07-2011: O predio que pertenceu ao jornal do Brasil e foi projeto pelo arquiteto Henrique Mindlin, que completa 100 anos, e visto na zona portuaria do Rio, no bairro de Sao Cristovao, centro do Rio, em 04 julho de 2011. (Foto: Rafael Andrade/Folhapress, ILUSTRADA) ***ESPECIAL***
    Prédio que pertenceu ao "Jornal do Brasil", no Rio

    A negociação entre os empresários Omar Peres e Nelson Tanure para que o "Jornal do Brasil" volte a circular foi interrompida. O mais provável é que Peres não consiga subarrendar a marca do diário carioca de Tanure, que detém o direito de explorá-la comercialmente.

    No mês passado, Peres, mais conhecido pelo apelido de Catito, anunciou que havia se acertado com Tanure e que colocaria nas bancas uma nova versão em papel do tradicional diário carioca, fundado em 1891 e que foi um dos mais influentes do país entre os anos 1950 e 1980.

    Catito chegou a anunciar nomes que levaria para a nova Redação e a tiragem do novo "JB" (10 mil exemplares no começo, podendo chegar a 30 mil).

    Contatada pela reportagem, a assessoria de Tanure afirmou, por nota: "Não há nenhum acordo ou compromisso firmado pela sociedade licenciada [a empresa CBM, de Tanure] em relação à cessão do direito de exploração comercial da marca 'Jornal do Brasil' a terceiros". Informou ainda que "a Cia. Brasileira de Multimídia (CBM) não é titular da marca 'Jornal do Brasil' nem tampouco 'dona' do 'Jornal do Brasil'. É detentora do direito de exploração comercial da mencionada marca, por meio de um contrato licenciamento".

    Pelo que apurou a Folha, foi aberta sim uma negociação entre as partes. Mas o empresário Pedro Grossi, que administra o site do "JB" e é amigo de Tanure, se mostrou contrário às conversas e disse que sairia da função caso o negócio fosse fechado. Também não pegou bem na CBM a postura de Peres em anunciar como consumada uma negociação ainda em curso.

    Procurado nesta terça (21), Omar Peres afirmou: "O Nelson Tanure me pediu mais um tempo para dar prosseguimento à negociação. De minha parte não houve desistência, nem muito menos entendo que a negociação esteja encerrada. Mas depende do Nelson".

    A interlocutores, Peres se declarou frustrado e disse que tinha um contrato pronto com data marcada para assiná-lo e atribuiu o recuo à postura de Grossi.

    Grossi afirmou desconhecer qualquer negociação. "Não conheço esse assunto, é um assunto do senhor Nelson Tanure. Entrei como Pilatos no credo, desconheço o assunto."

    Mineiro radicado no Rio e empresário oriundo do setor naval, Peres passou a investir na noite carioca. É proprietário de restaurantes como La Fiorentina e Bar Lagoa. Está reformando, em sociedade com Ricardo Amaral, a boate Hippopotamus.

    Afirma ter preocupação em recuperar símbolos da cidade –e que daí viria seu interesse no "JB".

    Recentemente, comprou também o restaurante Piantella, ponto de encontro de políticos em Brasília.

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