• Mercado

    Friday, 03-May-2024 03:07:40 -03

    Com crise e Lava Jato, Petrobras corta 20% do pessoal em três anos

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    23/03/2017 02h00

    A Petrobras cortou 20% do seu pessoal desde 2013, um ano antes do início da Operação Lava Jato e da queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional.

    A redução do quadro de pessoal é parte de uma estratégia de enxugamento para economizar dinheiro e adaptar a força de trabalho aos cortes de investimentos realizados após a Lava Jato e à cotação menor do petróleo.

    Em 2016, a estatal fechou o ano com 68,8 mil empregados, o menor número desde 2007, ano da descoberta do pré-sal, e uma redução de 17,8 mil em relação a 2013, quando o quadro atingiu seu auge.

    BALANÇO DA PETROBRAS - Empresa fecha 2016 com prejuízo de R$ 14,8 bilhões

    As demissões têm se concentrado na holding –até agora, o emprego em subsidiárias e controladas tem sido mais preservado, com queda de 8,8% no período.

    Os dados constam do relatório anual da companhia com os resultados de 2016, no qual a Petrobras registra prejuízo de R$ 14,8 bilhões.

    Apenas em 2016, o quadro de empregados foi reduzido em 5.619 pessoas, a maior parte na região Sudeste, onde estão concentradas as atividades administrativas.

    Em 2013, a empresa ainda estava em processo de expansão, com investimentos crescentes e planos para construir as refinarias que foram suspensas após a descoberta do esquema de corrupção.

    De lá para cá, a Petrobras promoveu dois planos de demissão voluntária (PDVs), com os quais já desligou 12.190 pessoas. A expectativa é que outros 6.502 ainda sejam desligados.

    Segundo a estatal, foram pagos R$ 3,7 bilhões em benefícios aos que optaram por deixar a companhia. A economia de custos com os programas é estimada em R$ 18,9 bilhões até 2021, considerando uma taxa de desistência de 20% dos inscritos.

    Sua maior subsidiária, a BR Distribuidora, também abriu seu próprio plano de demissão voluntária, com adesão de 1.105 empregados.

    Em entrevista para detalhar o balanço, o diretor de assuntos corporativos da companhia, Hugo Repsold, disse que não há planos de novos PDVs e que espera que o efetivo da holding se equilibre em torno dos 50 mil trabalhadores (eram 51,3 mil no fim do ano passado).

    O quadro relativo às subsidiárias pode sofrer ainda novos cortes, principalmente relacionados ao processo de venda de ativos, que prevê a transferência de operações para outras empresas, com o objetivo de arrecadar US$ 34,6 bilhões até o fim de 2018.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024