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    Relatório do BC mantém apostas de corte de 1 ponto da taxa básica de juros

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    30/03/2017 17h26

    As apostas de que o Banco Central deverá reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual em abril foram reforçadas com a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação, nesta quinta-feira (30), pela autoridade monetária.

    Segundo analistas, essa probabilidade aumentou com o fato de o BC ter falado em "intensificação moderada" do ritmo de cortes da Selic. Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, a taxa básica foi reduzida em 0,75 ponto percentual, para 12,25% ao ano.

    "A leitura que se faz de um aumento moderado no ritmo de corte de juros é de que ele será mesmo de 1 ponto percentual na próxima reunião do Copom", afirma João Mauricio Rosal, economista-chefe de renda fixa da corretora BGC Liquidez.

    De acordo com Rosal, o relatório indica que, apesar do recente recuo nos preços dos alimentos, o BC "não determinou uma dinâmica mais benigna [desse grupo] nos núcleos de inflação".

    No documento, o BC cita, em suas projeções de curto prazo, a perspectiva de retorno da variação dos preços de alimentos para o campo positivo.

    Confira a evolução da taxa Selic - Em % ao ano

    A queda de 1 ponto percentual da Selic em abril já era amplamente esperada pelo mercado. Entretanto, especialmente com a divulgação do PIB de 2016, que confirmou a pior recessão da história recente do país, e do IPCA-15, a prévia da inflação oficial do país, no menor nível para o mês de março desde 2009, uma parte dos investidores começou a ver espaço para uma redução maior dos juros, de 1,25 ponto percentual.

    O relatório do BC praticamente sepultou essas apostas minoritárias, o que fez que os contratos de juros futuros de curto prazo terminassem em alta nesta quinta-feira.

    O contrato de DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2018 subiu de 9,825% para 9,890% ao ano; o contrato de DI para janeiro de 2019 avançou de 9,430% para 9,520%; e o contrato para janeiro de 2020 acelerou de 9,650% para 9,720%.

    Neste mercado, investidores buscam proteção contra flutuações dos juros negociando contratos para diferentes vencimentos. A alta do dólar nesta quinta-feira também influenciou os negócios.

    "O que houve no mercado de juros futuros foi uma correção", afirma José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator. Segundo ele, o ciclo de queda dos juros deve terminar em outubro deste ano, com a Selic em 8,5% ao ano.

    Já para os analistas do MUFG (Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ Brasil), a taxa básica de juros chegará a 9% em setembro, e se manterá nesse nível a partir de então.

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