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    CVM suspende por 30 dias lançamento de ações da Azul

    DA REUTERS

    06/04/2017 17h15 - Atualizado às 17h55

    Leticia Moreira/ Folhapress
    CAMPINAS, SP, BRASIL, 04-02-2012, 14h00: Passageiros embarcam para o voo inaugural Viracopos/ Congonhas da Azul. Esse e o primeiro trecho aereo de Campinas ate Sao Paulo feito por uma compania aerea. (Foto: Leticia Moreira/ Folhapress, AGENCIA)
    Passageiros embarcam em voo da companhia aérea Azul

    A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) suspendeu nesta quinta-feira a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da companhia aérea Azul por até 30 dias, após constatar que materiais de apresentação da operação foram divulgados na Internet, o que é proibido.

    A apresentação veiculada no website www.RetailRoadshow.com mostra o fundador e presidente do conselho de administração da Azul, David Neeleman, e o diretor financeiro da companhia, John Rodgerson, falando sobre números da companhia aérea e acompanhados por slides com gráficos da empresa.

    No vídeo, de acesso público, há menção a projeções sobre valorização do investimento da Azul em ativos da companhia aérea portuguesa TAP, que não consta do prospecto da oferta, o que também viola regras da CVM para ofertas públicas de ações.

    Por fim, a CVM mencionou a divulgação sucessiva de informações sigilosas de projeções de demanda e precificação das ações da oferta em matérias jornalísticas.

    Segundo o órgão regulador, a suspensão pode ser revogada se as irregularidades apontadas no IPO da terceira maior companhia aérea do país forem devidamente corrigidas. O órgão não informou como as falhas poderão ser sanadas.

    "Caso contrário, o pedido de registro da oferta será indeferido", afirmou a CVM no comunicado.

    A decisão da CVM pode complicar a quarta tentativa da Azul de se listar em bolsa de valores. A última vez, em junho de 2015, foi abortada, assim como das primeiras vezes, pelo cenário adverso do mercado.

    Desta vez, a operação poderia movimentar até R$ 1,65 bilhão considerando o teto da faixa indicativa de preço de R$ 19 a R$ 23 e o lote inicial de 72 milhões de papéis. Dependendo da demanda, mais ações poderiam ser ofertadas, o que levaria a operação a até R$ 2,23 bilhões de reais.

    Segundo três fontes com conhecimento do IPO, a demanda dos investidores estava crescendo no caminho da precificação, com investidores brasileiros demonstrando demanda 3,5 vezes maior que a oferta. Já a porção norte-americana da operação, que poderia representar dois terços do IPO, estava vendo demanda sete vezes maior que a oferta, disse uma das fontes.

    Itaú BBA, Citi, Deutsche Bank, BB Banco de Investimento, Bradesco BBI, Santander Brasil e JPMorgan atuam como coordenadores da operação que, na oferta secundária tem entre os vendedores Saleb II Founder 13, Star Sabia, WP-New Air, Azul Holding, ZDBR, Bozano, Maracatu, Morris Azul, Trip e Rio Novo Locações.

    Consultada, a Azul afirmou que não se manifestaria sobre o assunto.

    Segundo informações do prospecto, a Azul teve prejuízo líquido de R$ 126,3 milhões em 2016 ante resultado negativo de R$ 1,07 bilhão em 2015. A receita subiu 6,6% no período, a R$ 6,67 bilhões.

    A Azul pretendia usar os recursos da oferta de ações para amortizar dívidas e reforçar capital de giro. A empresa terminou 2016 com R$ 1,79 bilhões em disponibilidade de caixa e dívida de R$ 4 bilhões.

    Pelo prospecto, a Azul pretendia utilizar cerca de R$ 315 milhões a serem levantados na oferta para pagar dívidas que vencem entre abril e dezembro deste ano e que carregam um custo juros médio ponderado de 123% da taxa de CDI.

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