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    Previdência

    Casa Civil diz que Padilha errou e que governo perde R$ 115 bi com recuos

    DANIEL CARVALHO
    LAÍS ALEGRETTI
    DE BRASÍLIA

    06/04/2017 19h21

    Pedro Ladeira/Folhapress
    O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha
    O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha

    A Casa Civil corrigiu no início da noite desta quinta-feira (6) a projeção de quanto o governo deixará de economizar com os recuos que pretende fazer na primeira etapa de negociação da reforma da Previdência com o Congresso Nacional.

    Segundo a assessoria de imprensa da Casa Civil, o ministro Eliseu Padilha, titular da pasta, errou ao estimar nesta tarde que, em dez anos, o governo reduziria em menos de 10% a previsão de economia com a reforma previdenciária.

    Agora, a projeção é que, em uma década, o governo deixará de economizar 17% dos R$ 678 bilhões estimados com a aprovação do projeto original.

    Isso significa que o governo deve deixar de economizar R$ 115,26 bilhões, e não R$ 68 bilhões, como havia sido informado antes.

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    O Ministério da Fazenda não divulgou nenhuma projeção e não comentou nenhum dos dois prognósticos feitos por Padilha ao longo do dia.

    As mudanças que serão feitas no projeto do governo ainda não foram detalhadas.

    Depois de reunião com o presidente Michel Temer, na manhã desta quinta, o relator da proposta de reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), elencou os cinco pontos da proposta que devem ser alterados, mas não especificou.

    Um dos pontos em discussão é a regra de transição, que, segundo a proposta original, começa aos 45 anos para as mulheres e aos 50 anos para os homens. O relator disse que ainda estuda dois modelos alternativos para apresentar, mas mencionou uma transição a partir dos 40 anos como uma possibilidade.

    Além da transição, Oliveira Maia cita as regras da aposentadoria rural, o acúmulo de pensão e aposentadoria, as aposentadorias para policiais e professores e o benefício assistencial pago a idosos e pessoas com deficiência pobres, o BPC (Benefício de Prestação Continuada).

    O relator confirmou que deve alterar o trecho da proposta do governo que permite que as pensões por morte fiquem abaixo do salário mínimo, conforme antecipou a Folha.

    "Quando se fala em acolher os mais pobres, realmente seria uma contradição permitir um valor abaixo do salário mínimo. Nisso podemos avançar", afirmou, após ser questionado sobre se o piso de um salário mínimo nas pensões seria garantido.

    O texto original prevê que a pensão por morte será de 50% do valor da aposentadoria que o segurado recebia, acrescida de 10% para cada dependente. Isso significa que o benefício poderia ser de apenas 60% do salário mínimo no caso de uma pessoa viúva sem dependentes.

    A ideia do relator é manter a fórmula de cálculo proposta por Temer para quem tem benefícios maiores, mas garantir o salário mínimo.

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